(ANSA) - O poeta e romancista ítalo-brasileiro Marco Lucchesi foi escolhido pelo governo de Luiz Inácio Lula da Silva como novo presidente da Biblioteca Nacional, substituindo o bolsonarista Luiz Carlos Ramiro Junior.
Ex-presidente da Academia Brasileira de Letras (ABL), Lucchesi tem 59 anos e passava um período sabático na região italiana da Toscana. Primeiro brasileiro de uma família italiana originária de Massarosa (Lucca) na Toscana. A família de origem vive ali e suas ligações com o território de Lucca são muito fortes.
Em seu perfil no Twitter, ele agradeceu à nova ministra da Cultura, a cantora Margareth Menezes, pela indicação. "Frequento aquela casa, que amo, desde a adolescência. Respeito seus funcionários. Trabalharemos em conjunto", disse.
Agradeço à ministra da Cultura @MagaAfroPop pela escolha de meu nome para a presidência da Biblioteca Nacional.
— Marco Lucchesi (@marcolucbr) January 3, 2023
Frequento aquela Casa, que amo, desde a adolescência.
Respeito seus funcionários. Trabalharemos em conjunto.
Obrigado, Ministra!!
Em 2022, o "imortal" da ABL recusou uma medalha da Ordem do Mérito do Livro concedida pela Biblioteca Nacional pelo fato de a mesma honraria ter sido dada ao deputado federal bolsonarista Daniel Silveira, condenado por ameaçar ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e depois perdoado pelo agora ex-presidente Jair Bolsonaro.
"Se eu aceitasse a medalha seria referendar Bolsonaro, que disse preferir um clube ou estande de tiro a uma biblioteca", afirmou Lucchesi na ocasião.
Se eu aceitasse a medalha seria referendar Bolsonaro, que disse preferir um clube ou estande de tiro a uma biblioteca. Agradeço, mas não posso aceitar.
— Marco Lucchesi (@marcolucbr) July 1, 2022
A Biblioteca Nacional foi fundada há mais de 200 anos e é responsável por guardar o patrimônio bibliográfico e documental do Brasil. Sua sede fica no Rio de Janeiro (RJ).
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A Embaixada da Itália em Brasília parabenizou "calorosamente" Lucchesi "por sua nomeação como presidente da Fundação Biblioteca Nacional (FBN), considerada pela Unesco uma das maiores bibliotecas do mundo e a maior da América Latina”.
“Natural do Rio de Janeiro, literato e acadêmico de renome internacional, o mais jovem presidente da Academia Brasileira de Letras, Lucchesi representou, ao longo dos anos, um dos maiores intérpretes dos profundos vínculos culturais que unem a Itália e a Europa ao Brasil”, acrescenta o texto.
De acordo com a Embaixada italiana, ele “foi curador da exposição ‘Dante 700 anos: os olhos de Beatriz’, apresentada em outubro de 2021 no Congresso Nacional, em Brasília, e inaugurada pelos presidentes do Senado, Rodrigo Pacheco, e da Câmara, Arthur Lira, junto com o embaixador da Itália no Brasil, Francesco Azzarello”.
Além disso, “é também autor do livro que acompanhou a exposição, o qual contém a mais completa bibliografia dos estudos sobre Dante publicados em língua portuguesa no Brasil”.
"Marco Lucchesi me lembra Roberto Benigni, dois gênios toscanos que compartilham uma paixão comovente por Dante. A conferência de Lucchesi na Sala Nervi da Embaixada, em outubro de 2021, foi memorável, movendo-se, graças a Dante, nas diversas religiões do mundo e na mais pura poesia”, declarou Azzarello.
Para o diplomata italiano, “Marco é motivo de profundo orgulho para a Itália”. “Estamos entusiasmados com sua nomeação pela nova ministra da Cultura, Margareth Menezes, a quem devemos reconhecer a formidável qualidade da escolha”. (ANSA)
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