(ANSA) - Pela primeira vez em sua história, a Bienal de Arquitetura de Veneza, que acontece entre os dias 20 de maio e 26 de novembro, vai apontar os holofotes para a África, continente de origem da curadora ganesa-escocesa Lesley Lokko.
"A história da arquitetura não está errada, está incompleta", afirmou a arquiteta durante uma coletiva de imprensa nesta terça-feira (21), em Veneza, para apresentar a 18ª edição da exposição, que terá como tema o slogan "Laboratório do Futuro".
"Pela primeira vez, os refletores estão apontados para a África e sua diáspora, para aquela cultura fluida e entrelaçada por pessoas de origem africana que hoje abraça o mundo", acrescentou Lokko.
Mudança, imaginação e descolonização serão palavras-chave na Bienal de Arquitetura, que será articulada em seis seções e contará com 89 participantes, mais da metade proveniente da África ou da diáspora africana.
"Historicamente, a voz dominante foi singular e exclusiva, cujo poder ignorou vastas faixas da humanidade, como se falasse em uma única língua", explicou a curadora, acrescentando que as exposições "constituem uma ocasião única para enriquecer, mudar ou recontar uma história".
Segundo o presidente da Bienal de Veneza, Roberto Cicutto, Lokko parte de seu continente de origem para "relatar todas as criticidades históricas, econômicas, climáticas e políticas" da arquitetura.
"É um ponto de partida que invoca a escuta de segmentos da humanidade deixados à margem do debate e abre-se a uma multiplicidade de linguagens silenciadas durante muito tempo por aquela que se considerava dominante", ressaltou.
Serão 63 participações nacionais no evento, incluindo a estreia do Níger, país dominado pelo Deserto do Saara, e o retorno do Vaticano. A Rússia não estará presente, assim como na Bienal de Arte de 2022, mas Cicutto se disse disponível a receber um pavilhão ucraniano caso o país mostre interesse. (ANSA)
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