A exposição "Formas e Cores da Itália Pré-Romana: Canosa di Puglia" desembarcou no Brasil repleta de relíquias arqueológicas da cultura Daunia, datadas dos séculos 4 e 2 antes da Era Comum.
A mostra entrou em cartaz nesta quinta-feira (28), no Instituto Italiano de Cultura de São Paulo (IIC-SP), onde ficará até o dia 8 de junho, com peças descobertas em tumbas de aristocratas e nobres na região do sul da Itália. A sala é dividida em um lado masculino, com objetos e acessórios como armaduras e lanças; e um feminino, com joias e objetos relacionados a cosméticos.
Dos dois lados, ânforas, vasos, recipientes e esculturas representam a época, e algumas das peças foram recuperadas pela polícia italiana em operações de combate ao tráfico de bens arqueológicos.
“É possível entender o nível da cultura romana em seu apogeu, mas também da Idade Média, do Renascimento, só vendo o que os italianos eram capazes de fazer nesse período. O nível de refinamento é muito alto”, disse o diretor do Instituto Italiano de Cultura de SP, Lillo Guarneri.
O cônsul-geral da Itália em São Paulo, Domenico Fornara, classificou o acervo como "único". "É um testemunho de que a Itália é uma terra de tradição e de encontro de culturas. Gosto muito do simbolismo, estamos comemorando 150 anos de imigração italiana no Brasil. Quando duas culturas se encontram, sempre são desenvolvidas ideias novas e coisas lindas. É uma ótima forma de celebrar", disse.
Já Filippo La Rosa, vice-diretor da Direção-Geral da Diplomacia Pública e Cultural do Ministério das Relações Exteriores e diretor central para a promoção da cultura e da língua italiana, contou que o programa "Il Racconto della Bellezza" ("Narrar a beleza"), do qual a exposição faz parte, nasceu da ideia de levar para o mundo peças históricas e obras de arte italianas que nem sempre têm espaço no próprio país.
"Esta é a primeira de uma série de exposições. A ideia é levar para um público internacional não só aquilo que é conhecido e visitado em Roma, Veneza, Florença e Milão. É uma tentativa de despertar o interesse para museus pequenos que são verdadeiras pérolas do patrimônio artístico-cultural italiano", explicou o diplomata.
"Essa mostra quer presentear o público com uma fotografia de um povo pouco conhecido, que habitava um pequeno território do que hoje é a Puglia. No museu de Canosa, há entre 300 e 400 peças, mas no depósito há 10 mil. Queremos tornar mais conhecido esse patrimônio escondido, cheio de características muito especiais", disse Luca Mercuri, um dos curadores.
"Narrar a beleza" é uma iniciativa conjunta entre a Direção-Geral dos Museus do Ministério da Cultura da Itália (MIC) e a Direção-Geral da Diplomacia Pública e Cultural do Ministério das Relações Exteriores e da Cooperação Internacional.
Também participaram da cerimônia de abertura a historiadora da arte do Ministério da Cultura da Itália Elisabetta Scungio; a diretora do Museu Arqueológico Nacional de Canosa di Puglia, Anita Rocci; e o diretor do Parque Arqueológico de Monte Sannace, Savino Gallo.
A exposição poderá ser visitada de segunda a sábado, entre 9h e 12h30 e entre 13h30 e 19h. O IIC fica na avenida Avenida Higienópolis, 436, e a entrada é gratuita.
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