O filme "Ainda Estou Aqui", do cineasta brasileiro Walter Salles, conquistou neste sábado (7) o prêmio de Melhor Roteiro da 81ª edição do Festival Internacional de Cinema de Veneza, na Itália.
O longa, que mostra a luta de uma mulher contra a ditadura militar e foi aplaudido durante cerca de 10 minutos no megaevento, se tornou a primeira produção brasileira a ganhar o chamado "Prêmio Osella".
O troféu faturado na cidade italiana foi recebido pelos roteiristas Heitor Lorega e Murilo Hauser.
O filme conta a história de Eunice Paiva (interpretada por Fernanda Torres na juventude e Fernanda Montenegro na velhice), mãe de cinco filhos e cuja vida foi virada do avesso após o sequestro, prisão e desaparecimento de seu marido, o ex-deputado Rubens Paiva (Selton Mello), pelo regime militar.
"Ainda Estou Aqui" também brigava pelo Leão de Ouro, principal premiação da mostra, mas a categoria foi vencida por "The Room Next Door", do espanhol Pedro Almodóvar, que relata a história de uma correspondente de guerra interpretada por Tilda Swinton que está com um câncer terminal.
Já Torres foi colocada entre as candidatas a vencer o troféu Coppa Volpi de melhor atriz, mas a premiação foi levada por Nicole Kidman pelo seu trabalho em "Babygirl". Já o francês Vincent Lindon faturou a categoria masculina de melhor ator em "Joeur avec le Feu".
"The Brutalist", que também concorria ao Leão de Ouro, fechou sua participação em Veneza com a premiação de melhor diretor para Brady Corbet.
A Itália não saiu de Veneza de mãos vazias, pois "Vermiglio", de Maura Delpero, ganhou o Leão de Prata, segunda principal premiação da mostra. O filme é uma história rural ambientada nas Dolomitas, na fronteira com a Áustria, durante a Segunda Guerra Mundial.
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