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Embaixada do Brasil em Roma celebra 150 anos de imigração

Embaixada do Brasil em Roma celebra 150 anos de imigração

Evento enalteceu caminho dos 30 milhões de 'oriundi'

ROMA, 21 fevereiro 2024, 19:18

Redação ANSA

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Embaixada do Brasil em Roma - TODOS OS DIREITOS RESERVADOS

"Sonhadores que encontraram no Brasil sua nova pátria e, apesar das dificuldades, com a cabeça erguida e tenacidade, souberam sobreviver e reconstruir suas vidas sem jamais esquecer suas origens, com um bilhete só de ida": assim foram os imigrantes italianos que ao longo do tempo deram origem a uma das comunidades mais numerosas e ativas do Brasil, nas palavras do embaixador brasileiro na Itália, Renato Mosca de Souza, mestre de cerimônias no jantar de gala que hoje (21) à noite, nos salões do Palazzo Pamphili em Piazza Navona, sede da embaixada, deu início às comemorações dos 150 anos da imigração italiana para o grande país latino-americano.

Em 21 de fevereiro, celebra-se o Dia Nacional dos Imigrantes Italianos: data em que, em 1874, o veleiro Sofia chegou a Vitória, comandado pelo trentino Pietro Tabacchi, com o primeiro grupo de 34 italianos, quase todos vindos do Vêneto e do Trentino.

Hoje, a comunidade de origem italiana - excluindo os cerca de 700 mil italianos que vivem lá - é de cerca de 30 milhões e constitui quase 15% do total de aproximadamente 215 milhões de habitantes do Brasil: a maior comunidade da diáspora italiana no mundo.

"Nem todos fizeram fortuna no Brasil, mas todos foram artífices que contribuíram com suor e lágrimas para o desenvolvimento da economia e para a formação da identidade brasileira. Como neto de um imigrante italiano que deixou esta pátria com a família na esperança de uma nova vida no Brasil, hoje meu coração bate forte", lembrou o embaixador.

"Este ano, com a presidência italiana do G7 e a brasileira do G20, estaremos constantemente em contato para enfrentar juntos os desafios globais e buscar soluções compartilhadas por todos os atores internacionais em um dos cenários mais complexos das últimas décadas", disse em seu discurso diante dos 150 convidados a subsecretária de Relações Exteriores da Itália, Maria Tripodi.

"Em 2024 foi lançado o projeto 'Turismo das raízes', que tem o objetivo de estimular os italianos oriundos de todo o mundo a visitar os locais de origem de seus antepassados e redescobrir com orgulho suas raízes", lembrou ela.

"Recentemente a Itália inaugurou um voo direto Roma-Rio de Janeiro e isso é muito importante não apenas para os italianos, mas também para os brasileiros que vêm para a Itália, e estamos trabalhando com as companhias aéreas em facilitações para comprar a passagem, porque não é tão barato, enquanto do lado italiano os consulados estão trabalhando com forte publicidade para trazer as pessoas aqui, para conhecer o país de origem e os parentes", lembrou o embaixador.

O ano será marcado por uma série de eventos, como a presença na 60ª Bienal de Arte de Veneza e a montagem em Roma da instalação do artista ítalo-brasileiro Candido Portinari.

Entre os convidados para a noite também estava Luca Zaia, governador do Vêneto: região de onde vem a comunidade mais antiga e numerosa de italianos no Brasil: "Em muitas partes do Brasil, o idioma oficial é o Talian, nosso vêneto, tanto que numerosos estudiosos do Vêneto vão ao Brasil para estudar o falado lá, que ainda conserva alguns idiomas e frases arcaicas já perdidas em nosso dialeto moderno".

Entre Brasil e Vêneto, disse Zaia, as relações são "totais": "Há empresas de vênetos e há continuidade, porque muitas famílias compartilham as duas terras para os negócios. Basta pensar no setor do mármore".

O cardápio do jantar foi baseado em receitas italianas com ingredientes brasileiros: "Como faziam nossos antepassados quando viviam lá", explicou um dos chefs, o ítalo-brasileiro Antonio Maiolica.
   

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