(ANSA) - A Enel Distribuição São Paulo informou em nota ter restabelecido "a energia para 83% dos clientes que tiveram o fornecimento impactado após o vendaval da última sexta-feira. Até o momento, cerca de 1,7 milhão de clientes tiveram o serviço normalizado, de um total de 2,1 milhões afetados na última sexta-feira".
"O vendaval que atingiu a área de concessão no dia 3 de novembro foi o mais forte dos últimos anos e provocou danos severos na rede de distribuição. Os profissionais da companhia seguem trabalhando 24 horas por dia para agilizar os atendimentos e normalizar o fornecimento para quase a totalidade dos clientes até esta terça-feira (7), conforme anunciado em reunião com o prefeito de São Paulo", prossegue o comunicado.
"Devido à complexidade do trabalho para reconstrução da rede atingida por queda de árvores de grande porte e galhos, a recuperação ocorre de forma gradual. Em atuação conjunta com Corpo de Bombeiros, Prefeitura e outras autoridades, a companhia tem priorizado os casos mais críticos, como serviços essenciais", continua o texto.
"A Enel São Paulo seguirá com a mobilização total dos profissionais e reforço em várias frentes, como call center e operação de campo."
No estado de São Paulo, as fortes chuvas de sexta-feira provocaram as mortes de sete pessoas, com milhares de árvores caídas e diversos danos após granizo e rajadas de vento de mais de 100 quilômetros por hora.
Segundo as declarações do prefeito da capital, Ricardo Nunes, o vento que atingiu a cidade tinha a força de um tornado e o fenômeno pegou a todos de surpresa.
O blecaute dos últimos dias ensejou uma série de polêmicas locais, com a oposição ao ataque.
Nesta tarde, está previsto um encontro no Palácio dos Bandeirantes, sede do Executivo estadual, entre os distribuidores, os prefeitos das cidades afetadas e a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).
Notificação do governo
A Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon), órgão vinculado ao Ministério da Justiça e Segurança Pública, notificou a Enel nesta segunda-feira por causa das interrupções no fornecimento.
O secretário nacional do Consumidor, Wadih Damous, disse que considera a situação “inaceitável”, chegando a afetar cerca de 2 milhões de moradores da região na sexta e ainda afetando milhares nesta segunda.
Ele orientou que a população procure a empresa e os órgãos de proteção ao consumidor - os Procons estaduais e municipais, além da própria Senacon - para relatar seus prejuízos, que devem ser inteiramente ressarcidos.
“Milhões de pessoas ficaram em uma situação absolutamente inaceitável com o apagão que aconteceu na cidade de São Paulo e em 23 municípios da região metropolitana. Pessoas tiveram prejuízos materiais, houve mortes, risco à segurança, risco à saúde. A empresa tem muitas reclamações e ela será obrigada a ressarcir todos os prejuízos que os consumidores tiveram. Aparelhos eletrodomésticos, aparelhos de refrigeração, todos esses prejuízos devem ser ressarcidos”, disse o secretário.
Para ele, a empresa também precisa esclarecer se havia tomado medidas preventivas para proteger o fornecimento de energia diante de eventos climáticos extremos, como o registrado na última sexta, além de relatar o que será feito para prevenir novas interrupções no futuro.
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