Em meio a acusações da família do tenista Novak Djokovic, a ministra do Interior da Austrália, Karen Andrews, afirmou nesta sexta-feira (7) que o atleta sérvio não é um "prisioneiro", pois pode deixar o país quando bem entender.
"Djokovic não está preso na Austrália, ele é livre para deixar o pais a qualquer hora que quiser, coisa que as autoridades de fronteira iria facilitar", disse a política em uma entrevista à emissora "ABC".
A postura das autoridades australianas não foi bem vista, principalmente em solo sérvio, tanto que a cidade de Belgrado foi palco de uma manifestação em apoio ao tenista número 1 do mundo. Entre as centenas de pessoas que participaram do ato estavam alguns membros da família do atleta.
Dijana, mãe de Djokovic, afirmou que o seu filho está sendo tratado como um "prisioneiro". Já o pai do multicampeão, Srdjan, comentou que o tenista foi "preso" e "humilhado" pelo governo australiano.
"O governo australiano quis humilhá-lo, ele foi preso e tudo foi tirado dele, inclusive sua carteira. Eles o deixaram sem nada, nem mesmo uma muda de roupa, apenas o telefone. O nosso orgulho é prisioneiro desses idiotas", disse o pai do tenista.
Já em Melbourne, centenas de fãs se reuniram na frente do hotel onde Djokovic está hospedado para protestar contra o tratamento dado ao atual tricampeão do Aberto da Austrália. O tenista, por sua vez, apareceu na janela mandando beijos e fazendo o gesto do coração com as mãos.
Aleksandar Vucic, presidente da Sérvia, afirmou que Djokovic foi alvo de uma "perseguição política". Já a primeira-ministra do país, Ana Brnabic, teria aconselhado o tenista a deixar o hotel e ir para uma casa alugada, onde poderia se preparar para a competição.
Djokovic, que nunca escondeu sua postura antivax, teve seu visto cancelado por não apresentar justificativa médica válida para não comprovar a vacinação contra a Covid-19. Até a solução do caso, o tenista deve ficar em um hotel usado pela Austrália como centro de detenção para imigrantes.
O sérvio apresentou um recurso contra a decisão da Austrália de deportá-lo por não justificar a ausência de vacinação contra o novo coronavírus para entrar na nação. Um juiz, no entanto, determinou que o astro não poderá ser deportado antes da próxima segunda-feira (10), quando haverá uma audiência sobre o assunto.
Djokovic chegou em Melbourne na última segunda-feira (5), em busca de seu 10º título no Aberto da Austrália e de seu 21º troféu de Grand Slam, o que o isolaria como maior vencedor da história, à frente de Roger Federer e Rafael Nadal.
Agradecimento
O tenista Novak Djokovic, bloqueado em um hotel em Melbourne, na Austrália, agradeceu nesta sexta-feira (7) as pessoas "ao redor do mundo" que estão o apoiando.
"Muito obrigado a todas as pessoas ao redor do mundo que me enviaram seu apoio", escreveu o atleta em suas redes sociais.
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