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Sem vacina, Djokovic é deportado e deixa Austrália

Sem vacina, Djokovic é deportado e deixa Austrália

Sérvio não disputará seu Grand Slam favorito

MELBOURNE, 16 janeiro 2022, 15:26

Redação ANSA

ANSACheck

Novak Djokovic é o maior vencedor de Grand Slams na história, junto com Federer e Nadal © ANSA/EPA

Deportado por não justificar a ausência de vacinação contra a Covid-19, o sérvio Novak Djokovic deixou a Austrália neste domingo (16), com um voo direto de Melbourne para Dubai, nos Emirados Árabes Unidos.

O tenista número 1 do mundo tinha esperanças de iniciar 2022 como o maior vencedor de Grand Slams na história, recorde que hoje compartilha com Rafael Nadal e Roger Federer, mas acabou expulso com um carimbo de antivax e impedido de disputar o Aberto da Austrália, justamente o torneio que lhe deu mais títulos.

A derrota mais dolorida da carreira de Djokovic foi decretada pela Corte Federal australiana, que rejeitou um recurso para impedir a anulação de seu visto de entrada no país. Sem vacina contra a Covid, o sérvio não conseguiu comprovar um motivo médico que o dispensasse da imunização.

A sentença da Corte Federal também coloca fim a mais de 10 dias de batalha entre o tenista e o governo australiano, que incluiu dois períodos de detenção de um dos esportistas mais bem pagos do mundo em um hotel usado como prisão para migrantes e refugiados em Melbourne.

"A decisão do tribunal é de que o recurso seja rejeitado, com as despesas legais a cargo do tenista", diz a sentença. Por meio de um comunicado, Djokovic disse estar "extremamente desapontado" com a decisão e que vai "tomar um pouco de tempo para descansar e se recuperar".

"Espero que agora possamos nos concentrar no jogo e no torneio que amo. Gostaria de desejar aos jogadores, aos voluntários e aos torcedores o melhor para o torneio. Também gostaria de agradecer à minha família, aos meus amigos, à minha equipe, aos torcedores e aos meus companheiros sérvios por seu apoio", concluiu o maior vencedor da história do Aberto da Austrália, com nove taças.

Já o primeiro-ministro australiano, o conservador Scott Morrison, que tentará a reeleição neste ano, afirmou estar "satisfeito com a decisão", que foi tomada por "motivos de saúde, segurança e ordem".

"Os australianos fizeram muitos sacrifícios durante a pandemia e esperam justamente que os resultados desses sacrifícios sejam protegidos", acrescentou.

O tenista teve seu visto de entrada recusado duas vezes, primeiro pelas autoridades do estado de Victoria e depois pelo ministro da Imigração da Austrália, Alex Hawke, mas em ambas a deportação foi levada para a Justiça.

O país exige de viajantes estrangeiros a comprovação de vacinação contra a Covid-19 ou um atestado médico que justifique a falta de imunização. Djokovic disse que pegou o novo coronavírus em dezembro, o que o dispensaria da exigência vacinal, porém suas próprias redes sociais mostram que ele não ficou em isolamento após a data do suposto teste positivo.

Sua postura antivax já é conhecida e lhe rendeu nas redes sociais o apelido de "Novax Djocovid". "As fortes políticas de proteção das fronteiras da Austrália nos mantiveram seguros durante a pandemia, com uma das menores taxas de mortalidade, a recuperação econômica mais forte e uma taxa de vacinação elevada", declarou Hawke neste domingo.

Sérvia

Após a sentença, Djokovic recebeu o apoio das principais autoridades políticas da Sérvia, a começar pelo presidente Aleksandar Vucic.

"Aqueles que pensam ter afirmado princípios demonstraram que não têm nenhum princípio. Maltrataram um tenista por 10 dias para depois tomar uma decisão que já conheciam desde o primeiro dia", declarou o mandatário.

Segundo Vucic, Djokovic é vítima de uma "caça às bruxas" contra um país, embora outros tenistas sérvios estejam confirmados no Aberto da Austrália. "Ele foi tratado como um serial killer", alegou o presidente. (ANSA)

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