Sem pontuar na fase de grupos da Liga dos Campeões e apenas na oitava colocação da Série A da Itália, a Juventus começou a temporada 2022/23 de forma negativa, aumentando a pressão em cima do técnico Massimiliano Allegri.
Em oito partidas disputadas, a Velha Senhora venceu somente duas, mas a derrota em casa para o Benfica ligou o sinal de alerta. A partir de agora, para avançar de fase na Champions League, que era um objetivo mínimo na temporada, o clube precisará recuperar ao menos seis pontos em quatro jogos na principal competição de clubes da Europa.
Na liga italiana, o instável começo de campanha da Juve, que chegou a empatar com a Salernitana em um jogo polêmico, poderá ser corrigido na sequência do torneio, mas a reação dos bianconeri não pode demorar a chegar.
Neste mesmo período da temporada passada, o clube piemontês estava quase na mesma situação: após as três primeiras rodadas, o time tinha um ponto e ocupava a 16ª colocação, mas Allegri havia acabado de voltar e Cristiano Ronaldo havia sido vendido sem ser substituído de forma adequada. O campeonato acabou de forma não muito empolgante, mas a Velha Senhora se salvou ao conquistar uma suada vaga na Liga dos Campeões e chegar à decisão da Copa da Itália.
Em 2022/23, Allegri teve mais tempo de conhecer o plantel e influenciou as decisões da alta cúpula juventina no mercado de transferências. Algumas peças transferíveis foram comercializadas e mais de 100 milhões de euros foram investidos em novos jogadores, como no atacante sérvio Dusan Vlahovic.
Em campo, a Juventus não evoluiu e segue cometendo os mesmos erros da temporada passada: pouca intensidade, falta de criatividade no setor ofensivo, incapacidade de concluir os jogos e dificuldade em exercer maior pressão sobre os rivais. As exibições ruins fazem as redes sociais ficarem inundadas de publicações pedindo a saída de Allegri, principalmente com o francês Zinédine Zidane, o argentino Mauricio Pochettino e o alemão Thomas Tuchel disponíveis no mercado.
Um dos maiores problemas da Juventus é o meio de campo, que é duramente afetado por exibições inconsistentes e pelo "surto" de lesões, pois Allegri não pode colocar em campo Paul Pogba, Manuel Locatelli e Adrien Rabiot. Os recorrentes problemas forçaram o comandante a dar mais espaço aos jovens Fabio Miretti, Matías Soulé e Nicolò Fagioli.
Pogba, que veio para tentar consertar definitivamente o setor, sofreu uma lesão no menisco em um treinamento em julho. A chamada terapia conservadora não surtiu efeito e, portanto, passou uma intervenção cirúrgica, o que o fará a voltar aos gramados somente no meio da atual temporada.
Apesar destes imprevistos, a torcida da Juve não deixou Allegri passar impune e ele vem sendo muito criticado. A Velha Senhora ainda não mostrou nenhuma clara intenção de demitir o multicampeão treinador, principalmente por ele estar protegido por um contrato bem pesado: nove milhões de euros líquidos mais bônus até 2025.
Em caso de demissão, a Juve continuará pagando o alto salário de Allegri por toda a duração do vínculo, a não ser que o "Mister" decida rescindir consensualmente o acordo. Vale destacar que os últimos balanços financeiros divulgados pelo time evidenciaram perdas de 250 milhões de euros e esse custo adicional atrapalharia ainda mais os planos de equilibrar as contas.
O zagueiro Leonardo Bonucci não escondeu que "está preocupado" com os atuais desempenhos da Juventus, enquanto Allegri tentou minimizar o momento para preservar o elenco bianconero e declarou que "não se sente em risco" no cargo.
Uma cena que foi captada durante o jogo entre Juve e Benfica se tornou símbolo do péssimo momento da equipe. A gravação mostra Ángel Di María e Arkadiusz Milik perplexos discutindo alguma coisa, provavelmente a escolha de Allegri tirar o atacante polonês, que vinha sendo um dos melhores em campo, para colocar o meia Fagioli. Na ocasião, a Velha Senhora estava atrás do placar.
No sábado (18), a Juve tentará reencontrar o caminho das vitórias fora de casa diante do lanterna Monza, que somou apenas um ponto e terá Raffaele Paladino estreando no comando do clube.
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