(ANSA) - Demitida após a fraca campanha da Itália na Copa do Mundo feminina, a técnica Milena Bertolini declarou que a Azzurra ser comandada por um homem é uma "volta ao patriarcado".
Bertolini, que estava na seleção desde 2017, foi despedida pouco depois da precoce eliminação das italianas na fase de grupos do Mundial de 2023.
Algumas semanas depois da demissão de Bertolini, a Federação Italiana de Futebol (Figc) decidiu apostar no jovem Andrea Soncin, que estava no Venezia, para guiar a Azzurra.
"A força da Copa de 2019 foi de uma equipe feminina, que era treinada por uma mulher capaz de formar um grupo. Nós demos alguns passos para trás, voltamos ao patriarcado", disse Bertolini ao jornal Corriere della Sera.
"Hoje em dia existe o profissionalismo, o que é muito importante, mas projetar é outra coisa, pois envolve distribuir recursos para a base, trabalhar no território e aumentar o número de membros, por exemplo, mas tudo isso parou", analisou a treinadora.
Bertolini também comentou sobre a polêmica carta aberta publicada pelas jogadoras italianas após a eliminação na Copa do Mundo. A técnica revelou que o elenco rachou depois da queda da Azzurra no torneio.
"Depois que acabou o jogo, fui consolar as jovens jogadoras, enquanto as outras me evitavam. Havia muita raiva no vestiário para fazer discursos e não é verdade que me tranquei no meu quarto, mas é verdade que elas se reuniram e escreveram essa declaração. O voo de volta foi chocante, já que algumas não tinham mais coragem de me olhar", relatou.
Soncin será o primeiro homem a comandar a seleção feminina da Itália desde 2017, quando Bertolini foi contratada para assumir a vaga de Antonio Cabrini.
O ex-treinador do Venezia, que iniciou a carreira no banco de reservas em 2017, nunca trabalhou com futebol feminino. Ele comandava a equipe sub-19 dos lagunari e chegou a treinar interinamente a equipe principal em 2022.
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