A luta nos Jogos Olímpicos de Paris, na França, entre a italiana Angela Carini e a argelina Imane Khelif, que é uma boxeadora transgênero, causou polêmica e incomodou o governo do país europeu.
Reprovada em testes realizados pela Associação Internacional de Boxe (IBA) durante o Mundial de 2023, em razão do DNA, Khelif foi autorizada pelo Comitê Olímpico Internacional (COI) a participar das Olimpíadas. Além da africana, a taiwanesa Lin Yu-ting também foi admitida no megaevento esportivo.
"É muito preocupante saber que duas pessoas transgênero foram admitidas nas competições de boxe feminino, homens que se identificam como mulheres e que, em competições recentes, foram excluídos. É surpreendente que não existam critérios certos, rigorosos e uniformes, e que precisamente nos Jogos Olímpicos, que simbolizam a lealdade, possam haver suspeitas de uma competição desigual e até potencialmente arriscada", alertou Eugenia Roccella, ministra da Família da Itália.
Outro político italiano que manifestou sua preocupação com a batalha foi Andrea Abodi, ministro do Esporte, que declarou que é necessário "garantir a segurança das atletas e o respeito pela concorrência leal do ponto de vista competitivo".
"Um homem lutar contra uma mulher me parece pouco olímpico.
Ele dará socos nela, não vão jogar xadrez", criticou o vice-premiê e ministro da Infraestrutura e Transportes da Itália, Matteo Salvini.
A polêmica chegou até a napolitana Carini, de 25 anos, que entrará no ringue amanhã (1º), a partir das 7h20 (de Brasília), para lutar contra Khelif pela categoria até 66kg. A boxeadora se limitou a dizer que vai se adaptar e dará tudo de si para derrotar a oponente.
Em nota, o Comitê Olímpico Nacional Italiano (Coni) declarou que trabalhou ao lado do Comitê Olímpico Internacional (COI) para garantir que os direitos de todos os competidores cumpram os regulamentos de saúde. A entidade, contudo, não fez nenhuma referência ao episódio envolvendo Carini.
TODOS OS DIREITOS RESERVADOS © Copyright ANSA