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Agenda 2030 pode se tornar 'maior fracasso coletivo', diz Lula

Agenda 2030 pode se tornar 'maior fracasso coletivo', diz Lula

Presidente também criticou Conselho de Segurança da ONU

SÃO PAULO, 22 de setembro de 2024, 14:56

Redação ANSA

ANSACheck
Presidente Lula discursa na Cúpula do Futuro, na ONU © ANSA/EPA

Presidente Lula discursa na Cúpula do Futuro, na ONU © ANSA/EPA

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva denunciou neste domingo (22), em discurso na Cúpula do Futuro, em Nova York, a crescente perda de "legitimidade" do Conselho de Segurança da ONU e alertou que os Objetivos para o Desenvolvimento Sustentável caminham para se tornar o "maior fracasso coletivo" da humanidade.
    A reunião antecede a Assembleia-Geral das Nações Unidas e foi convocada com o objetivo de discutir formas de garantir o cumprimento das metas da chamada Agenda 2030, como erradicação da pobreza extrema e da fome, redução das desigualdades e fortalecimento das instituições globais.
    "A pandemia, os conflitos na Europa e no Oriente Médio, a corrida armamentista e a mudança do clima escancaram limitações das instâncias multilaterais. A maioria dos órgãos carece de autoridade e meios de implementação para fazer cumprir suas decisões. A legitimidade do Conselho de Segurança encolhe a cada vez que ele aplica duplos padrões ou se omite diante de atrocidades", afirmou Lula no plenário da ONU.
    Durante seu pronunciamento, o presidente ainda cobrou "ousadia" e "transformações estruturais" para resolver a "crise da governança" no mundo, além de afirmar que o Sul Global "não está representado" nas instituições multilaterais "de forma condizente com seu peso político e econômico".
    Além disso, o petista alertou que, no ritmo atual de implementação, "apenas 17% das metas da Agenda 2030 serão atingidas dentro do prazo". "Os Objetivos para o Desenvolvimento Sustentável foram o maior empreendimento diplomático dos últimos anos e caminham para se tornar o nosso maior fracasso coletivo", acrescentou.
    Segundo Lula, o mundo não pode "recuar na promoção da igualdade de gênero nem na luta contra o racismo e todas as formas de discriminação, tampouco voltar a conviver com ameaças nucleares".
    "É inaceitável regredir a um mundo dividido em fronteiras ideológicas ou zonas de influência. Naturalizar a fome de 733 milhões de pessoas seria vergonhoso, e voltar atrás em nossos compromissos é colocar em xeque tudo que construímos tão arduamente", disse.
    O presidente também reforçou que os níveis atuais de emissões de gases do efeito estufa e dos financiamentos contra a crise climática "são insuficientes para manter o planeta seguro".
    "Em parceria com o secretário-geral [António Guterres], como preparação para a COP30 [em 2025, em Belém], vamos trabalhar por um balanço ético global, reunindo diversos setores da sociedade civil para pensar a ação climática sob o prisma da justiça, da equidade e da solidariedade", declarou.
   

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