Um dia após o Irã lançar uma série de mísseis contra Israel, a Rússia acusou os Estados Unidos nesta quarta-feira (2) pela ampliação do conflito no Oriente Médio e condenou as mortes de civis na região.
A porta-voz do Ministério das Relações Exteriores russo, Maria Zakharova, afirmou que uma "parte significativa da responsabilidade pelo agravamento da situação" no Oriente Médio é "culpa dos Estados Unidos, que há quase um ano bloqueiam a adoção do Conselho de Segurança das Nações Unidas de uma resolução com exigência em por fim às hostilidades na Faixa de Gaza e em criar condições para a prestação de assistência humanitária a sua população".
Segundo ela, o governo de Vladimir Putin "está extremamente preocupado com uma próxima onda de violência" na região.
Já o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, declarou que seu país, que "tem contatos com todas as partes envolvidas", convida todos "à moderação" e "condena qualquer ação que leve à morte de civis".
Horas antes dos ataques iranianos com quase 200 mísseis contra Israel, em retaliação aos assassinatos de Ismail Haniyeh e Hassan Nasrallah, líderes do Hamas e do Hezbollah, respectivamente, a Rússia já havia criticado os bombardeios israelenses ao Líbano, ocorridos sob a justificativa de liquidação de membros do Hezbollah.
A ofensiva, que já dura aproximadamente 10 dias, deixou centenas de mortos, além de forçar dezenas de milhares de pessoas a abandonar suas casas.
Apesar de criticar a guerra no Oriente Médio, a Rússia invadiu a Ucrânia em fevereiro de 2022 e ocupou ilegalmente partes de quatro províncias do país vizinho: Donetsk, Lugansk, Kherson e Zaporizhzhia.
De acordo com estimativa das Forças Armadas dos EUA, as tropas russas mataram mais de 70 mil ucranianos desde o início da guerra no leste europeu.
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