A Venezuela acusou o Brasil de "agressão" contra o seu país, após o veto do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à entrada de Caracas no Brics. A Rússia, anfitriã da cúpula do bloco em 2024, também se opôs ao posicionamento brasileiro.
"O povo venezuelano está indignado e envergonhado com esta inexplicável e imoral agressão por parte do Ministério das Relações Exteriores brasileiro, que mantém o pior da política de Jair Bolsonaro contra a revolução bolivariana fundada pelo comandante Hugo Chávez", diz o comunicado do governo de Nicolás Maduro.
De acordo com a nota, o Brasil impediu a adesão de Caracas ao Brics por meio da delegação do Itamaraty "conduzida pelo embaixador Eduardo Paes Saboia, que decidiu manter o veto aplicado por anos à Venezuela" na gestão bolsonarista, contribuindo para a propagação do "ódio, da exclusão e da intolerância promovidos pelos centros de poder ocidentais".
Já o presidente da Rússia, Vladimir Putin, afirmou ser favorável ao ingresso da Venezuela no grupo, durante entrevista à Rede Globo à margem da cúpula de Kazan.
"Nosso posicionamento não corresponde ao do Brasil em relação à Venezuela. Falei sobre isso abertamente, por telefone, com o presidente brasileiro, com quem tenho uma ótima relação e a quem considero um amigo", reforçou Putin, que reconhece a vitória de Maduro nas eleições de 28 de julho.
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