As Forças de Defesa de Israel (FDI) intensificaram nesta sexta-feira (1º) os ataques aéreos na periferia de Beirute, na capital do Líbano, e contra a Faixa de Gaza. As ofensivas já deixaram diversos civis mortos nas duas localidades, sendo a maioria mulheres e crianças.
Na capital libanesa, foram contabilizados aos menos 10 ataques aéreos, que provocaram dois mortos e quatro feridos, até o momento. Nesta manhã, o Exército emitiu um aviso de evacuação, e a maioria dos 700 mil habitantes que vivem em alguns subúrbios de Beirute já deixaram a região.
De acordo com a emissora árabe Al Jazeera, muitos dos moradores que permaneceram não têm para onde ir, já que os abrigos para refugiados estão lotados.
Estes são os primeiros ataques israelenses contra a capital libanesa em quase uma semana. No entanto, segundo o Ministério da Saúde do Líbano, Israel matou pelo menos 25 pessoas, incluindo mulheres e crianças, no Vale do Bekaa na última quinta-feira (31).
Além disso, o governo libanês contabilizou, no mesmo dia, 11 mortos em Sohmor, sete em Beit Salibi, onde duas famílias foram massacradas, além de outras sete mortes em Bednayel.
Em meio ao aumento da tensão, o primeiro-ministro libanês, Najib Mikati, criticou a "expansão" dos ataques de Israel contra o seu país, dizendo que eles indicam uma rejeição aos esforços de trégua.
"A renovada expansão no âmbito da agressão do inimigo israelense às regiões libanesas, as suas repetidas ameaças de evacuar cidades e aldeias inteiras, e o seu novo ataque aos subúrbios do sul de Beirute são todos indicadores que confirmam a rejeição de Israel a todos os esforços feitos para garantir um cessar-fogo", declarou Mikati. Por sua vez, os Estados Unidos pediram ao Líbano para declarar um cessar-fogo unilateral com Israel para retomar as negociações paralisadas para acabar com as hostilidades entre as tropas israelenses e o grupo xiita Hezbollah. No entanto, o apelo foi negado pelo premiê libanês, segundo a agência Reuters.
Paralelamente, Israel também intensificou seus bombardeios contra a região central da Faixa de Gaza, em meio à ofensiva contra o grupo fundamentalista islâmico Hamas.
Na noite passada, ao menos 47 palestinos foram mortos, enquanto vários civis ficaram feridos, em sua maioria mulheres e crianças.
"Muitas vítimas foram mortas em Nuseirat, onde os ataques atingiram várias casas, incluindo aquelas que acolhem famílias refugiadas", afirmou a agência de notícias palestina Wafa.
Os ataques em Nuseirat também tiveram como alvo uma escola que abrigava deslocados, onde 10 pessoas perderam a vida. De acordo com as Forças de Defesa de Israel (IDF), cerca de 150 alvos do Hezbollah e do Hamas foram atingidos nas últimas horas.
Ao menos 24 pessoas morrem em novos ataques israelenses no Líbano hoje
Ao menos 24 pessoas morreram e diversas ficaram feridas durante ataques das forças de Israel no leste do Líbano nesta sexta-feira (1º), sendo a maior parte das vítimas de vilarejos da região de Baalbek-Hermel. O anúncio foi feito pelo Ministério da Saúde libanês. O exército israelense não havia emitido nenhum pedido de evacuação para o leste do Líbano hoje.
O sul do país também foi atacado com diversos mísseis, que atingiram dois edifícios na cidade de Tiro, além de uma casa de descanso em Arab Salim, no distrito de Nabatieh.
Líbano diz que iniciativa dos EUA por trégua em Beirute 'falhou'
O presidente do Parlamento do Líbano, Nabih Berri, afirmou nesta sexta-feira (1º) que as iniciativas dos Estados Unidos para um cessar-fogo no conflito entre Israel e o grupo xiita Hezbollah em Beirute “falharam”.
Em uma entrevista ao jornal Asharq al-Awsat, Berri declarou que o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, rejeitou o roteiro libanês para uma trégua que havia sido acordado com o enviado dos EUA, Amos Hochstein.
“Hochstein não nos comunicou nada depois de ter deixado Israel”, afirmou o político, acrescentando que o americano foi na contramão do que havia “prometido” na sua última visita a Beirute caso tivesse visto elementos positivos do lado de Israel.
Berri também declarou que as negociações de cessar-fogo no Líbano só deverão ser retomadas após as eleições nos EUA, marcadas para dia 5 de novembro.
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