A ativista iraniana vencedora do Prêmio Nobel da Paz Narges Mohammadi ganhou liberdade provisória de três semanas por motivos médicos. Ela estava presa em Teerã, capital do Irã, desde novembro de 2021.
"Com base no laudo do médico legista, o Ministério Público de Teerã suspendeu a execução da sentença de Narges Mohammadi por três semanas e ela foi libertada da prisão", informou seu advogado, Mostafa Nili, no X.
No entanto a família de Mohammadi e seus apoiadores questionaram "o pouco tempo" de liberdade, que, segundo eles, "veio muito tarde".
"A suspensão de 21 dias da sentença de Narges Mohammadi é inadequada. Exigimos sua libertação imediata e incondicional ou, pelo menos, uma extensão da sua licença para três meses", diz um comunicado dos parentes da Nobel da Paz.
Mohammadi, 52, removeu recentemente um tumor benigno e precisa realizar acompanhamento médico. Em agosto, a iniciativa Free Narges Coalition já havia mostrado preocupação com seu quadro de saúde, que, segundo a ONG, se deteriorou devido a uma combinação de falta de atendimento médico adequado e relatos de violência física e psicológica na prisão.
Ela é acusada de diversas infrações ao longo dos anos contra as leis locais, e foi condenada a um total de 13 anos e meio de encarceramento e 154 chicotadas, pena depois agravada em um ano por "propaganda contra o Estado".
Mohammadi venceu o Nobel da Paz em 2023 por lutar contra a opressão das mulheres no Irã e em favor dos direitos humanos e da liberdade para todos. A ativista também é conhecida por se posicionar contra a pena de morte em seu país.
Mesmo cumprindo pena, Mohammadi permanece como vice-diretora do Centro de Defensores dos Direitos Humanos, liderado pela também Nobel da Paz (2003) , a iraniana Shirin Ebadi.
Nobel da Paz iraniana deixa prisão com gritos de protesto
A ativista iraniana vencedora do Prêmio Nobel da Paz Narges Mohammadi deixou a prisão em Teerã, capital do Irã, nesta quarta-feira (4), enquanto gritava o slogan dos protestos contra o regime do país: “Mulher, vida, liberdade”.
A informação foi dada por seu marido, Taghi Rahmani, que acrescentou que Mohammadi “apresenta bom humor, [e segue] combativa, apesar da sua saúde muito frágil”.
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