Rebeldes guiados pela milícia jihadista Hayat Tahrir al-Sham (HTS), que assumiu o poder na Síria após derrubar o regime do ditador Bashar al-Assad, denunciaram que encontraram ao menos 40 cadáveres com sinais claros de tortura no necrotério de um hospital próximo a Damasco.
"Abri a porta do necrotério e me deparei com uma cena horrível: uns 40 corpos empilhados, com sinais horríveis de tortura", revelou Mohammed al-Hajj, combatente de facções rebeldes do sul do país.
Segundo fontes locais e médicas, os cadáveres foram transportados pouco antes da queda de Assad, ocorrida no domingo (8), da prisão política de Saydnaya, conhecida como "matadouro humano", ao hospital militar de Harasta.
"Desde o início de 2024, o Observatório Sírio para os Direitos Humanos [OSDH] documentou a morte de 69 civis sob tortura e falta de cuidados médicos em prisões e centros de segurança do regime, incluindo um ativista político, um estudante universitário, um escritor, um engenheiro, um pensador islâmico, um civil de nacionalidade americana e dois desertores do Exército", revelou à EFE Rami Abdulrahman, diretor da OSDH.
Após a queda de Assad, rebeldes abriram as portas das prisões, onde estavam detidos numerosos presos políticos, incluindo a de Saydnaya, que, segundo estimativas da Anistia Internacional, recebeu entre 10 e 20 mil detentos.
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