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'Bola está no campo do Hamas', diz secretário dos EUA

'Bola está no campo do Hamas', diz secretário dos EUA

Blinken defendeu que ANP administre serviços civis em Gaza

WASHINGTON, 14 de janeiro de 2025, 17:41

Redação ANSA

ANSACheck
Coluna de fumaça formada em razão de um bombardeio de Israel na Faixa de Gaza © ANSA/AFP

Coluna de fumaça formada em razão de um bombardeio de Israel na Faixa de Gaza © ANSA/AFP

O secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, afirmou nesta terça-feira (14) que a assinatura de um acordo de cessar-fogo na Faixa de Gaza depende do Hamas, grupo fundamentalista islâmico que governa o enclave palestino.
    "A bola está no campo do Hamas. Se aceitarem, o acordo está pronto para ser concluído e implementado", declarou o chefe da diplomacia americana em discurso no Atlantic Council, em Washington.
    No pronunciamento, Blinken também defendeu que a Autoridade Nacional Palestina (ANP), que administra a Cisjordânia, assuma a gestão de serviços civis em Gaza após a guerra no lugar do Hamas, com ajuda da ONU e de parceiros internacionais.
    Além disso, cobrou que Israel concorde com um calendário para a criação do Estado palestino, "baseado em condições". "Temos a responsabilidade de garantir que as conquistas estratégicas dos últimos 15 meses durem e estabeleçam as bases para um futuro melhor", declarou Blinken, que deixará o cargo na semana que vem para dar lugar a Marco Rubio, escolhido pelo presidente eleito Donald Trump para chefiar o Departamento de Estado.
    Segundo a agência Associated Press, o Hamas já teria aceitado os termos do acordo, enquanto Israel estaria "estudando" o esboço final. Já o Ministério das Relações Exteriores do Catar, país mediador nas negociações, disse que as tratativas estão "nas fases finais" e que as principais controvérsias "foram superadas".
    Ainda não há informações oficiais, mas o texto manteria essencialmente a estrutura da proposta apresentada pelo presidente dos EUA, Joe Biden, em maio passado, com uma implementação em três etapas, começando pela libertação de um grupo de reféns israelenses sequestrados pelo Hamas em 7 de outubro de 2023.
    Cerca de 100 pessoas raptadas nos atentados ainda têm paradeiro desconhecido, mas o Exército de Israel acredita que um terço já morreu. No entanto permanecem incertezas sobre a presença militar israelense em Gaza e a soltura de prisioneiros palestinos - segundo a AP, o acordo prevê que Israel liberte 50 árabes para cada uma das cinco militares mantidas como reféns pelo Hamas, incluindo condenados à prisão perpétua por terrorismo.
    A guerra foi deflagrada após os atentados de outubro de 2023, quando o Hamas assassinou 1,2 mil israelenses, e já provocou mais de 46 mil mortes em Gaza, de acordo com o governo local.
   
   

Reunião de emergência em Israel

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, convocou uma reunião de emergência com autoridades de segurança para esta terça-feira (14). A cúpula, segundo a imprensa local, se concentrará na revisão do acordo sobre a libertação de reféns.

Netanyahu se encontra com parentes dos reféns

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, garantiu que está "pronto" para um cessar-fogo prolongado na Faixa de Gaza, mas "desde que todas as pessoas sequestradas sejam libertadas".

"É uma questão de dias ou horas. Esperamos pela resposta do Hamas e então pode começar imediatamente", disse o chefe de governo em uma reunião com parentes dos sequestrados pelo Hamas.

Tajani diz que cessar-fogo será 'histórico'

O vice-premiê e ministro das Relações Exteriores da Itália, Antonio Tajani, declarou nesta terça-feira (14) que um cessar-fogo no conflito na Faixa de Gaza será um "momento histórico".

"Estou feliz em receber o ministro Saar em um momento histórico para a paz no Oriente Médio. Espero que possamos finalmente estar perto de um cessar-fogo em Gaza após o acordo no Líbano. É uma notícia muito importante que esperamos que abra uma nova fase", declarou o político.

O chanceler italiano declarou que visitará novamente Israel e Palestina nos próximos dias para "trabalhar pela paz", além de ter garantido que Roma "está pronta para dar sua contribuição, inclusive enviando soldados que podem fazer parte de uma nova força como a da Unifil no Líbano".

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