O presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, discursou nesta sexta-feira (18), ao lado do primeiro-ministro de Portugal, António Costa, disse que o "Brasil voltou ao mundo político" e reafirmou seu compromisso com a preservação do meio ambiente.
"Não temos dois planetas Terra", declarou o petista, que participou nos últimos dias da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, a COP27, no Egito, e ressaltou que cuidará do meio ambiente, da Amazônia, "como um patrimônio da humanidade, no qual o Brasil tem total soberania".
Lula voltou a cobrar os países ricos a ajudarem as nações mais pobres, além de ressaltar a necessidade de cuidar "da mais importante floresta tropical existente no planeta terra".
"Esse compromisso nós assumimos de dizer ao mundo que nós vamos proibir o garimpo ilegal, madeireiros ilegais, invasões ilegais de terras, que iremos preservar as terras indígenas e preservar as áreas de preservação ambiental. Para que o povo possa ter certeza que o Brasil está cumprindo com a sua tarefa junto à humanidade", disse.
O sucessor de Jair Bolsonaro lembrou ainda que ficou "emocionado quando no discurso na COP27, no Egito, o povo gritava: 'O Brasil voltou'". "E era muito marcante para mim porque fazia quatro anos que o Brasil estava completamente isolado do mundo".
Ele ressaltou que "nenhum país que sofreu bloqueio nesses 30 anos teve o isolamento que o Brasil teve por culpa do próprio governo brasileiro", porque "não foi o mundo que isolou o Brasil, mas foi o Brasil que se isolou".
"Ninguém queria visitar o Brasil porque ele teve um comportamento totalmente anti-Brasil e anti-democrático", disse, sem citar o nome do presidente Jair Bolsonaro.
Em sua fala, Lula explicou que deseja que a "paz volte a reinar no país". "Queremos que na sociedade brasileira volte a reinar a paz, que a gente volte a conviver democraticamente na diversidade, porque sem tranquilidade não é possível fazer um país voltar a crescer, gerar empregos e distribuir as riquezas que o povo precisa", afirmou.
Responsabilidade fiscal -
Questionado sobre as críticas recebidas em relação à política fiscal, Lula enfatizou que o país terá responsabilidade fiscal em seu governo, sem necessariamente precisar atender "tudo que o sistema financeiro quer".
"Aprendi com a minha mãe analfabeta que a gente só pode gastar o que a gente ganha. Vamos voltar a ser responsáveis do ponto de fiscal, sem precisar atender tudo que o sistema financeiro quer. Já dei demonstrações que responsabilidade fiscal a gente aprende dentro de casa. Eu aprendi com a minha mãe", afirmou Lula.
Chico Buarque -
O presidente eleito do Brasil aproveitou seu discurso para garantir que irá pessoalmente a Lisboa no próximo ano para entregar o Prêmio Camões ao cantor e compositor Chico Buarque.
A homenagem, em parceria entre os governos dos dois países, celebra grandes feitos na literatura em língua portuguesa.
Buarque foi premiado em maio de 2019, mas Bolsonaro se recusou a assinar o diploma que acompanha a honraria.
"Finalmente vou assinar o Prêmio Camões recebido pelo Chico Buarque", disse Lula, durante pronunciamento ao lado de Costa, em Lisboa.
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