O ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad (PT), um dos cotados para assumir o Ministério da Fazenda no governo Lula, discursou nesta sexta-feira (25) em evento da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), em São Paulo, e disse que a prioridade do petista é a reforma tributária.
"A determinação clara do presidente Lula é que nós possamos dar logo no início do próximo governo prioridade total à reforma tributária", disse ele perante a 350 convidados, incluindo o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto.
Haddad representou Lula no almoço em São Paulo, tendo em vista que o presidente eleito foi submetido a um procedimento cirúrgico na laringe e deve preservar a voz durante alguns dias.
De acordo com o ex-prefeito, o petista tem a intenção de aproveitar propostas que estão tramitando no Congresso Nacional em relação aos impostos indiretos para depois alterar o sistema dos tributos sobre renda e patrimônio.
"Me parece que o presidente Lula vai dar prioridade no ano que vem à aprovação dessa primeira etapa da reforma tributária, que diz respeito a alguns tributos. Mas, na sequência, pretende encaminhar uma proposta de reformulação de impostos sobre renda e patrimônio", explicou.
Para ele, "a qualidade da despesa pública no Brasil piorou muito" e, atualmente, o país tem "um orçamento com muita dificuldade de atingir qualquer objetivo programado, seja da ciência tecnológica, da educação, do meio ambiente ou da saúde".
Após o discurso de Haddad, diversos banqueiros ouvidos pela imprensa brasileira classificaram a fala como "institucional" e enfatizaram que nada mudará "enquanto não houver definições claras em áreas como gastos públicos e reformas".
A "falta de compromisso com o controle de gastos" provocou uma reação negativa do mercado, que no final da tarde viu o dólar fechar em alta, superando R$5,40, e o Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores brasileira (B3), cair 2,55%.
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