(ANSA) - O ex-presidente americano Donald Trump foi indiciado no caso em que é acusado de ter ocultado um pagamento para comprar o silêncio da ex-atriz pornô Stormy Daniels.
A denúncia alega que, nas semanas anteriores às eleições de 2016, Trump subornou Daniels com US$130 mil para que a atriz permanecesse em silêncio sobre um suposto relacionamento extraconjugal entre os dois.
O suposto affair entre Trump e Daniels foi revelado pelo diário The Wall Street Journal, que citou o pagamento. O dinheiro foi justificado como honorário advocatício para um dos advogados do magnata.
O caso entre os dois teria começado pouco tempo depois de Melania ter tido o filho mais novo do casal, Barron. Trump, por sua vez, sempre negou a relação, mesmo após seu ex-advogado Michael Cohen ter se declarado culpado de oito acusações, incluindo um suborno para comprar o silêncio de Daniels.
Veja as etapas do caso:
Julho de 2006 - Primeiro encontro entre Trump e Daniels em um torneio de golfe em Nevada. No mesmo dia, os dois passaram a noite juntos, conforme contou a atriz pornô em 2018. Ela tinha 27 anos, ele 60 e Melania tinha acabado de dar à luz.
O caso extraconjugal teria durado por um ano, com o magnata prometendo a Daniels um papel no programa Celebrity Apprentice, do qual ele era a estrela.
2011 - Daniels deu uma entrevista sobre sua relação com o magnata para a CBS, mas não apareceu após as ameaças de processos de Michael Choen, o advogado de Trump na época. Algumas semanas depois, a atriz pornô revelou que foi ameaçada por um homem que lhe disse para deixar Trump em paz e esquecer a história.
19 de julho de 2016 - Trump recebe a indicação republicana para disputar à Presidência dos Estados Unidos.
Agosto/setembro de 2016 - Cohen fecha um acordo com David Pecker, presidente e CEO da empresa que controla o tabloide National Enquirer, para enterrar a entrevista da ex-coelhinha da playboy Karen McDougal sobre uma história semelhante com Trump em 2006/2007.
27 de outubro de 2016 - Poucos dias antes da eleição, Cohen paga US$ 130 mil ao advogado de Daniels para garantir seu silêncio sobre o suposto caso com Trump.
8 de novembro de 2016 - Trump é eleito presidente.
12 de janeiro de 2018 - O "Wall Street Journal" revela o acordo e o pagamento do suborno, mas Cohen nega que tenha sido reembolsado e que fossem fundos de campanha.
6 de março de 2018 - Daniels entra com um processo para anular o acordo porque não foi assinado por Trump, que diz desconhecer o pagamento. No entanto, um mês depois seu advogado Rudy Giuliani admite o reembolso.
9 de abril de 2018 - FBI revista o escritório e as casas de Cohen, que em 21 de agosto se declarou culpado de oito acusações, incluindo pagamentos a Daniels e McDougal. Em 12 de dezembro, ele foi condenado a três anos de prisão.
Agosto de 2019 - Começa a ofensiva do promotor Cyrus Vance, que junto com Mark Pomeranz consegue indiciar o ex-gerente financeiro da Organização Trump por fraude fiscal.
Março de 2022 - Os dois promotores saem com polêmica, acusando o novo promotor público Alvin Bragg de não fazer o suficiente para continuar a investigação sobre o magnata.
7 de abril de 2022 - Bragg garante que as investigações continuam ativas.
Janeiro de 2023 - Bragg reúne um grande júri, que investiga o dinheiro pago a Daniels, e convoca Cohen como testemunha.
9 de março de 2023 - Trump é convidado a testemunhar perante o grande júri, mas recusa.
18 de março 2023 - Trump profetiza sua prisão iminente nas redes sociais e incita protestos 30 de março de 2023 - Trump é indiciado pelo grande júri.
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