(ANSA) - A Knesset, o parlamento israelense, aprovou nesta segunda-feira (24), por 64 votos a zero, a primeira lei da reforma que limita os poderes do Judiciário no país.
A oposição saiu do plenário durante a votação, enquanto 20 mil pessoas protestavam em frente à casa legislativa, afirmando que o texto ameaça a democracia.
Entoando gritos de "democracia ou rebelião", eles foram atingidos por jatos d'água e houve confronto físico com agentes de segurança quando romperam uma barreira de proteção e se aproximaram da Knesset.
Pelo menos 19 manifestantes foram presos. Além do protesto, mais de 150 líderes de empresas deixaram seus negócios fechados nesta segunda em repúdio ao projeto, e no último final de semana 10 mil reservistas anunciaram que vão deixar o Exército israelense.
A confederação nacional que reúne servidores públicos de Israel também avalia a possibilidade de decretar uma greve geral.
Sob o argumento de "excesso de poder" do Judiciário, a medida proposta pelo governo impede que os juízes avaliem a "razoabilidade" de decisões tomadas pelos poderes Executivo e Legislativo.
Após a aprovação, o ministro da Justiça de Israel, Yariv Levin, declarou: "Demos o primeiro passo em um processo histórico para consertar nosso sistema de justiça".
Já o ministro de Segurança Nacional, Itamar Ben-Gvir, afirmou que a aprovação foi "importante para a democracia". "Mas é só o começo. Devemos aprovar o restante da reforma, principalmente as mudanças para a comissão de nomeações judiciais e o poder dos promotores, por um Estado de Israel mais judeu e democrático", acrescentou.
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