(ANSA) - A investigação da Polícia Federal (PF) para apurar atos de hostilidade contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes e sua família no aeroporto de Roma revelou na noite da última quarta-feira (4) que as gravações "parecem" confirmar que o filho do juiz levou um tapa.
De acordo com a PF, em determinado momento da confusão no aeroporto de Fiumicino, na capital da Itália, o empresário Roberto Mantovani Filho, que estava acompanhado da esposa Andrea Munarão e de Alex Zanatta Bignotto, "parece" ter batido com as costas da mão no filho de Moraes, Alexandre Barci.
O inquérito reconstitui a dinâmica do dia do incidente e foi divulgado após o ministro do STF Dias Toffoli retirar o sigilo do processo, além de prorrogá-lo por 60 dias, tendo em vista que as imagens enviadas pelas autoridades italianas ainda estão sendo analisadas.
No entanto, a PF já afirmou que as gravações permitem concluir que o casal de Santa Bárbara d'Oeste, no interior de São Paulo, provocaram, e, possivelmente, ofenderam, por causa de suas expressões corporais, Moraes e seu filho.
"Roberto Mantovani parece bater as costas de sua mão direita no rosto de Alexandre Barci, vindo a atingir os óculos deste e, aparentemente, deslocá-los. Os óculos chegam a cair ao chão devido a uma discreta esquiva da vítima", diz o documento.
Além disso, o inquérito ressalta que há indícios de que Mantovani "parece afrontar e desafiar o filho do ministro, confrontando-lhe, enquanto Andréia, aparentemente continua a gritar, apontando o dedo indicador para ele [Barci] ou para alguém próximo".
Segundo a PF, "Roberto possui uma estatura mais alta que Barci. Por isso, dada a tensão naquele momento, Roberto parece se impor perante Barci e afrontá-lo de forma intimidativa, 'peitando-o', como demonstra sua postura corporal aparentemente hostil e agressiva vista na imagem".
Moraes foi hostilizado por brasileiros no Aeroporto de Fiumicino em 14 de julho, quando voltava de uma viagem à Itália. Ele contou à PF que foi agredido verbalmente e que seu filho levou um tapa no rosto. O empresário, sua esposa e Bignotto são investigados pela Polícia Federal, mas negam ter cometido agressões físicas ou verbais contra o ministro do STF.
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