(ANSA) - Participantes de uma cerimônia de lembrança pelos assassinatos de dois militantes de direita durante os “Anos de Chumbo” de violência política na Itália, entre as décadas de 70 e 80, causaram controvérsia ao usar a “saudação romana”, cumprimento apropriado e popularizado por fascistas e nazistas.
O evento em Roma foi para recordar o massacre “Acca Larentia”, quando dois membros da ala jovem da sigla neofascista Movimento Social Italiano (MSI), Franco Bigonzetti e Francesco Ciavatta, de 13 e 17 anos de idade respectivamente, foram mortos a tiros, supostamente por militantes de extrema-esquerda, fora da sede do partido na capital italiana.
Um terceiro integrante, Stefano Recchioni, de 19 anos, também morreu vítima de uma bala perdida durante confrontos em protestos dessa ala jovem, “Fronte della Gioventù” (Frente da Juventude, em português) após as mortes.
O então líder do grupo, Gianfranco Fini, que mais tarde viria a ser chanceler no segundo governo de Silvio Berlusconi, entre 2001 e 2006, também foi ferido por uma bomba de gás.
O evento teve a participação do governador do Lazio e correligionário da premiê Giorgia Meloni no partido Irmãos da Itália (FdI), Francesco Rocca, mas ele garantiu que não estava mais presente no momento das saudações e disse que rememorar o incidente era importante, argumentando que “não há mortes de segunda classe”.
O episódio despertou a fúria da oposição. “Roma, 7 de janeiro, 2024. E parece 1924. O que aconteceu não é aceitável. Organizações neofascistas devem ser dissolvidas, como manda a Constituição”, disse a líder do Partido Democrático (PD), Elly Schlein, nas mídias sociais.
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