(ANSA) - Em um discurso nesta sexta-feira (9) durante o funeral de Estado do ex-presidente do Chile Sebástian Piñera, seu sucessor, o atual presidente Gabriel Boric, fez uma sentida autocrítica a respeito das relações entre os dois políticos.
“Durante seu governo, nossas críticas e acusações foram, algumas vezes, além do razoável. Estar na presidência me permitiu compreender não só a sua figura, mas a de todos os meus predecessores”, afirmou.
“Foi um homem que sempre quis bem ao Chile como prioridade, e que nunca se deixou levar pelo fanatismo ou pelo rancor. Todos nós que fazemos política deveríamos ter em conta essas virtudes”, concluiu.
Boric, de esquerda, foi um dos opositores mais acirrados do governo de centro-direita de Piñera, responsabilizando-o por violações de direitos humanos e por excessos cometidos pela polícia e pelo Exército na repressão a protestos em 2019.
Ainda assim, mesmo no Brasil, a forma ordenada e estadista como foi conduzida a transição entre os dois governos chamou a atenção do noticiário.
Também nesta sexta, o papa Francisco expressou seu pesar pela “trágica morte” de Piñera, vítima aos 74 anos da queda do helicóptero que pilotava.
Em um telegrama assinado pelo cardeal secretário de Estado, Pietro Parolin, enviado a Boric, Francisco reza pelo descanso eterno do ex-chefe, que guiou o país por dois mandatos, “com a lembrança viva deste homem de fé que mostrou grandes dotes de intelecto e sincera paixão pela vida política chilena”.
O pontífice manifestou condolências à família e a todos que sofrem a partida.
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