O vice-premiê e ministro de Infraestrutura, Matteo Salvini, criticou nesta segunda-feira (10) o fundador e ex-líder de seu partido ultranacionalista Liga, Umberto Bossi, por ter dito que não votaria nele nas eleições europeias do último fim de semana.
Em declaração à imprensa na sede do partido em Milão, o político italiano disse que o desempenho da Liga na votação foi muito melhor do que o esperado.
De acordo com as projeções, o partido ultranacionalista que faz parte da coalizão do governo italiano obteve 8,5%, ligeiramente abaixo dos 8,8% que recebeu nas eleições gerais de 2022, e foi ultrapassada pelos seus parceiros de centro-direita, o conservador Força Itália (FI).
"Durante o ano passado todos nos consideraram mortos, mas estamos vivos e bem", afirmou Salvini. "Estamos vivos, embora certamente com algumas esquisitices, com o ex-secretário do partido dizendo um dia antes da votação que votaria em outro partido".
O vice-premiê da Itália aproveitou para agradecer "a quem nunca nos traiu", porque "não gosto de quem concorre afastado e muda de cor, de acordo com a conveniência".
"A Liga foi fundada há 40 anos e ainda estará aqui daqui a 40 anos. Não quero machucar ninguém e até batizei meu livro com o nome de Bossi, mas definitivamente terei que ouvir o que os militantes dizem [sobre sua declaração]. Nosso movimento político está crescendo apesar de seu fundador ter anunciado que votava em outro partido, o que é curioso", acrescentou.
Salvini destacou que a atitude de Bossi "não é um ato de desrespeito ao secretário em exercício, mas a toda uma comunidade".
No último fim de semana, o fundador do partido liderado por Salvini disse que votaria em um ex-membro da Liga candidato pelo FI nas eleições europeias.
Por fim, o ministro italiano acrescentou que as eleições, em que o partido Irmãos da Itália (FdI), da premiê Giorgia Meloni, ficou em primeiro lugar com quase 29% dos votos, "fortaleceram" o governo, ressaltando que o equilíbrio de poder dentro dele não mudou.
"O que espero que possa mudar é a política europeia. Espero ver um centro-direita (governante) também na Europa. Estarei em Bruxelas na quarta-feira para trabalhar nisso", concluiu.
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