A maioria governista de centro-direita deixou a Câmara dos Deputados da Itália nesta quarta-feira (12) durante homenagens pelo aniversário de um ano de morte do ex-premiê Silvio Berlusconi.
A saída foi um protesto contra a fala de um deputado da oposição, Riccardo Ricciardi, do partido antissistema Movimento 5 Estrelas (M5S), que declarou: "Não aceitamos a beatificação de alguém que chamou um mafioso como Vittorio Mangano de herói".
O mafioso siciliano da Cosa Nostra foi publicamente elogiado diversas vezes pelo político que morreu em 2023. Durante um período, Berlusconi teria feito pagamentos à máfia em troca de proteção.
Na década de 1970, Mangano passou um período morando na casa de Berlusconi nos arredores de Milão, supostamente cuidando de cavalos. Em 1995 ele foi condenado à prisão perpétua por duplo homicídio e morreu em 2000, aos 59 anos, de causas naturais.
Apesar dos elogios, Berlusconi sempre negou que soubesse que o homem era um mafioso, mas investigações apontaram que a contratação foi proposital para proteger os filhos de sequestros.
"Aquilo não foi uma homenagem, mas um linchamento político", disse Alessandro Cattaneo, do partido de centro-direita de Berlusconi, Força Italia (FI).
TODOS OS DIREITOS RESERVADOS © Copyright ANSA