(ANSA) - A análise do crânio de uma mulher que viveu em algum período entre os anos de 568 d.C. e 774 d.C., no que conhecemos como território da Itália atualmente, revelou que ela passou por ao menos duas cirurgias durante sua vida. A descoberta é inédita no mundo para o período da Idade Média.
Os restos mortais foram encontrados no cemitério de Castel Trosino, em Ascoli Piceno, na região de Marcas, área central da Itália. Os ossos foram analisados por um grupo internacional de especialistas coordenados pela Universidade Sapienza, de Roma, em parceria com a Universidade de Cambridge, no Reino Unido, a Universidade de Zaragoza, na Espanha, o Centro Nacional de Pesquisa Científica da França (CNRS) e a Universidade Católica do Sagrado Coração de Milão.
Conforme a análise publicada pelo "Journal of Osteoarchaeology", as duas cirurgias cranianas ocorreram com a mulher ainda viva.
"A última intervenção cirúrgica parece ter ocorrido pouco antes de sua morte. Não há lesões que possam fazer pensar na presença de traumas, tumores, doenças congênitas ou outras patologias. É intrigante considerar a possibilidade de um motivo ritual ou judiciário para essas operações, mas no momento não temos nenhuma prova que apoie essas hipóteses", disse o coordenador do estudo, Giorgio Manzi, da Sapienza.
Os pesquisadores ainda usaram um novo método de pesquisas bioquímicas de alta resolução aplicada a um dos dentes da mulher e conseguiram identificar mudanças na dieta dela e nas movimentações que ela fez, dos primeiros anos de vida até a idade adulta - mostrando os cuidados que foram fornecidos a ela pela comunidade em que vivia.
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