Os seres humanos são programados para chorar 100 litros por ano, apesar de não atingir esse número, revelou à ANSA a psicóloga italiana Monia Presta, que se dedica a reativar emoções e acabou de publicar o livro "Teu cérebro emocional".
Nascida em Turim há 46 anos e moradora de Barcelona há 18 anos, Presta explicou que "toda emoção, se a vivenciamos, nos leva à cura" e, ao contrário, "toda emoção inibida gera transtornos".
Segundo a psicóloga italiana, tem emoções que "não aceitamos porque algumas são desconfortáveis, como raiva ou tristeza".
No caso da tristeza, "se não passarmos por suas fases, ela se torna crônica e pode levar à depressão, enquanto que se passarmos por ela e chorarmos permite a cura".
"O ser humano está preparado para chorar 100 litros por ano. Quem não chora acumula manganês e isso leva à depressão", explicou Presta, enfatizando que "vivemos em uma sociedade que inibiu muito as emoções".
De acordo com ela, no Japão, inclusive, há grupos de choro, porque "qualquer emoção não controlada é um problema psicossomático" e a raiva, por exemplo, "pode causar problemas cardíacos".
A emoção do medo "tem uma função protetora, mas se o medo se torna crônico, desenvolve-se um distúrbio", acrescentou a italiana.
Presta, que é especialista em gestão emocional e é pioneira da terapia teatral na Espanha, observou ainda que o que está acontecendo com a sociedade devido à pandemia é que "estamos em estresse pós-traumático e muitos não são conscientes e se isolaram". Mas é preciso enfrentar o medo e sair para a rua.
Na entrevista à ANSA, a estudiosa lembra uma declaração do juiz italiano Giovanni Falcone, uma das vítimas da máfia: "Quem tem medo uma vez, morre apenas uma vez. Quem tem medo todos os dias, morre todos os dias".
Em seu consultório, Presta "reativa as emoções" por meio de sua terapia integrativa estratégica, na qual "integrou diferentes abordagens da psicologia" e realiza exercícios com música, improvisação, corpo ou escrita de cartas terapêuticas.
Os exercícios práticos psicofísicos são oferecidos ao leitor em sua obra "Teu cérebro emocional", onde, além de explicar como funciona o cérebro emocional em nível neurocientífico, ele relata sua experiência pessoal, com suas feridas, e profissional.
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