(ANSA) - A justiça britânica definiu "não antes das 14h locais de amanhã [9]" como prazo para desligar os aparelhos que mantêm viva a pequena Indi Gregory, uma recém-nascida inglesa gravemente afetada por uma doença mitocondrial e no centro de uma disputa legal entre a Itália e o Reino Unido.
O juiz decidiu que não está no interesse da criança ser transferida nem mesmo para casa e que o procedimento final deve ocorrer em uma unidade de cuidados paliativos, a menos que os pais prefiram deixá-la no hospital de Nottingham onde ela está internada. A família pretende recorrer mais uma vez da decisão.
Na segunda-feira (6), a Itália ofereceu a cidadania do país à bebê para evitar a eutanásia passiva. A medida foi aprovada a toque de caixa pelo Conselho dos Ministros, em uma reunião de poucos minutos, após a Alta Corte de Justiça de Londres ter autorizado os médicos a desligar os aparelhos.
A notícia da decisão de manter o desligamento foi dada por Jacopo Coghe, porta-voz da organização Pro Vita & Famiglia, e pelo advogado Simone Pillon, que estão acompanhando os desenvolvimentos do lado italiano do caso em contato com os advogados ingleses e a família.
Antes disso, Coghe e Pillon comunicaram que os líderes do Serviço Nacional de Saúde ameaçaram remover o suporte vital ainda nesta quarta (8), sem a presença dos familiares.
A sentença foi emitida mesmo após o governo italiano ter concedido a cidadania a Indi e ter emitido medidas de emergência, por meio do cônsul italiano em Manchester, autorizando sua transferência para o Hospital Pediátrico Bambino Gesù, que é católico, em Roma.
A medida foi tomada a pedido dos pais da bebê, Claire Staniforth e Dean Gregory, contrários ao desligamento dos aparelhos. Eles alegam que ela precisa de "mais tempo" e que estão preparados para "fazer o que for necessário para lutar pela vida" da filha.
Indi tem uma doença mitocondrial que impede as células do corpo de produzirem energia, condição tida como incurável pelo Serviço Nacional de Saúde do Reino Unido (NHS).
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