(ANSA) - A epidemia de dengue que atinge o Brasil ainda não deve ser grande motivo de preocupação para a Itália, mas o cenário pode mudar com a chegada do verão ao Hemisfério Norte.
A análise foi feita por Gianni Rezza, professor extraordinário de Higiene na Universidade Vita-Salute San Raffaele de Milão.
Ele destacou que é nessa temporada que aumenta a possibilidade de transmissão por parte de alguém infectado que tenha retornado, por exemplo, de uma área turística do país sul-americano, para os mosquitos que, por sua vez, a transmitirão localmente. A atividade desses insetos é maior durante o verão.
"É correto começar a informar que se você for para uma área onde há endemia ou, ainda pior, uma epidemia, caso volte com febre, também é necessário pensar na doença. Um diagnóstico precoce é importante, pois pode-se identificar pessoas com a infecção e desinfestar ao redor das casas", explicou.
"Os cidadãos também podem fazer muito, não deixando água parada em recipientes, especialmente em pratos de vasos, ao redor das casas onde há vegetação: é lá que os mosquitos podem se reproduzir rapidamente", acrescenta.
"Há anos existe um plano de controle das chamadas arboviroses: a cada ano, o Ministério da Saúde emite uma circular fornecendo diretrizes às regiões, alertando sobre o que precisa ser feito: por exemplo, manter baixa a densidade de mosquitos e, se houver pessoas infectadas, desinfestar ao redor das casas", complementou.
O Ministério da Saúde também implementou, com uma circular recente sobre a dengue, ações de controle e vigilância, especialmente para "bloquear" a entrada do mosquito Aedes aegypti, vetor da infecção.
Na Itália, há outro tipo de mosquito tigre, o Aedes albopictus, mas o risco é que, com as mudanças climáticas e as temperaturas cada vez mais altas, o Aedes aegypti também chegue.
"Este mosquito reapareceu pela primeira vez no ano passado no Chipre. As mudanças climáticas podem favorecer o estabelecimento de mosquitos acostumados a viver em climas mais quentes", conclui Rezza.
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