O uso de preservativo entre adolescentes de toda a Europa despencou nos últimos 10 anos, ao mesmo tempo que houve aumento do risco de doenças sexualmente transmissíveis (DST), de gravidez indesejada e de abortos sem segurança.
O alerta foi divulgado nesta quinta-feira (29) pelo Escritório Regional da Europa da Organização Mundial de Saúde (OMS), no âmbito do estudo sobre o comportamento de saúde das crianças em idade escolar.
De acordo com a pesquisa, que entrevistou mais de 240 mil adolescentes, na faixa de 15 anos de idade, em 42 países do continente, apenas seis em 10 afirmaram ter usado preservativo durante a última relação sexual. Entre os rapazes, os números mostram uma queda de 70% para 61%; já entre as moças, a diminuição foi de 63% para 57%.
Nas classes econômicas mais baixas, a frequência de adolescentes que não usaram preservativo foi ainda maior, com redução de 33% para 25%.
O estudo destacou "a urgente necessidade de ações voltadas para o combate desta tendência preocupante e para a difusão de práticas sexuais mais seguras entre os jovens".
"A educação sexual adequada à idade continua negligenciada em muitos países e, quando disponível, tem sido cada vez mais atacada nos últimos anos por incentivar o comportamento sexual", comentou o diretor regional da OMS na Europa, Henri Kluge.
"Estamos colhendo os frutos amargos destes esforços reacionários. E o pior está por vir", alertou.
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