(ANSA) - Uma parte da grande investigação sobre a gestão do início da pandemia de Covid-19 feita pela Procuradoria de Bérgamo, na Itália, foi transferida por questões de competência de território para o Ministério Público de Roma nesta quarta-feira (8).
Segundo as informações divulgadas por fontes ligadas ao caso, os atos referem-se à falta de atualização do plano pandêmico nacional e estão citados os ex-ministros da Saúde Beatrice Lorenzin (2013-2018), Giulia Grillo (2018-2019) e Roberto Speranza (2019-2022) e uma série de técnicos que atuaram no ministério nos últimos anos.
Os ex-titulares da pasta da Saúde são acusados de omissões em atos oficiais por não terem feito as atualizações necessárias no documento nacional. Speranza, que era o ministro durante o período inicial da pandemia, ainda responderá em Bérgamo pela falta de aplicação do plano.
Além dos ex-ministros, respondem por diversas acusações na gestão da crise sanitária o ex-premiê Giuseppe Conte, o governador da Lombardia, Attilio Fontana, e diversos líderes e membros de órgãos oficiais do governo da Itália, como o Instituto Superior da Saúde (ISS) e do Comitê Técnico-Científico (CTS) criado durante a pandemia.
Bérgamo e cidades próximas viraram símbolo da tragédia da Covid-19 na Itália logo nos primeiros meses que o vírus Sars-CoV-2 começou a ser detectado no país europeu.
Uma foto que mostrava caminhões militares carregando dezenas de caixões em frente a um hospital de Bérgamo viralizou e chocou os italianos. A região teve cerca de seis mil mortes a mais entre fevereiro e abril de 2020 do que a média histórica para o período e os procuradores afirmam que cerca de quatro mil óbitos poderiam ter sido evitados se medidas formais tivessem sido tomadas, como a imposição de uma zona vermelha na área de Val Seriana.
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