(ANSA) - Subiu para 73 o número de mortos no naufrágio de um barco de migrantes e refugiados na costa de Cutro, no sul da Itália, em 26 de fevereiro.
O corpo de um menino de cerca de seis anos foi encontrado no mar por cidadãos nesta sexta-feira (10), elevando para 29 o total de vítimas menores de idade na tragédia.
Dos 73 mortos no naufrágio, 20 tinham até 12 anos. O desastre é um dos piores dos últimos tempos no Mar Mediterrâneo, onde dezenas de milhares de migrantes e refugiados se arriscam em barcos superlotados todos os anos para chegar à Europa.
Somente a Itália já recebeu 17,6 mil deslocados internacionais via Mediterrâneo em 2023, quase 200% a mais que no mesmo período do ano passado.
Apenas na última quinta (9), um recorde de 41 barcos foram socorridos no litoral de Lampedusa, ilha italiana que fica mais perto do norte da África do que da Península Itálica, com um total de 1.869 migrantes.
O centro de acolhimento da ilha abriga atualmente mais de 3 mil pessoas, quase 10 vezes sua capacidade. Além disso, o serviço de emergência Alarm Phone sinalizou nesta sexta a presença de uma embarcação com cerca de 500 deslocados internacionais na zona italiana de busca e socorro marítimo.
"Não há tempo a perder, mandem ajuda imediatamente", afirmou a entidade. O barco teria partido da Líbia, principal vetor da rota migratória do Mediterrâneo Central, considerada a mais mortal do mundo.
A tragédia de Cutro provocou questionamentos sobre as políticas do governo da premiê Giorgia Meloni, que aprovou na última quinta um decreto que estabelece penas de até 30 anos de cadeia para organizadores de viagens clandestinas no Mediterrâneo que resultem em mortes. (ANSA)
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