(ANSA) - A cidade de Pádua, no norte da Itália, continua a incluir os filhos de casais homossexuais no registro civil, apesar da decisão do governo da premiê Giorgia Meloni determinar o bloqueio da prática, especialmente em Milão.
A informação foi confirmada pelo próprio prefeito da cidade, Sergio Giordani, após reunião "muito cordial" com o prefeito do Vêneto, Raffaele Grassi.
"Pretendo confirmar os métodos e procedimentos que vêm sendo aplicados por mim e pela Câmara Municipal de Pádua desde 2017 e, conforme sempre foi feito, comunicando cada ato às autoridades competentes", declarou Giordani, de centro-esquerda.
O prefeito de Pádua explicou que a atitude está "dentro das regras" e reforçou que "os prefeitos são chamados a agir com bom senso para proteger a dignidade de meninas e meninos e seus direitos fundamentais, evitando assim gerar discriminações graves".
"Como prefeito, longe de fazer disso uma questão ideológica ou partidária, tenho o dever de proteger sobretudo os interesses preeminentes de meninas e meninos", concluiu ele.
A declaração é dada após a cidade de Milão ser forçada a interromper o registro de crianças nascidas no exterior filhas de genitores homossexuais e que foram geradas por meios de reprodução medicamente assistidas.
A suspensão foi realizada após o prefeito da cidade, Giuseppe Sala, consultar o Ministério do Interior do governo de Meloni e receber a orientação de parar com os registros por conta de decisões tomadas pelas diversas instâncias judiciais italianas.
Além disso, no início da semana passada, a maioria de direita foi decisiva quando um comitê do Senado votou pela rejeição de um plano da UE para que os direitos dos pais homossexuais sejam reconhecidos em todo o bloco.
Os partidos de direita do governo também apresentaram um projeto de lei que tornaria a barriga de aluguel um "crime universal", permitindo o julgamento de gays que a usam em outros países, como a Espanha, para ter filhos.
No último fim de semana, inclusive, milhares de pessoas foram às ruas em Milão para protestar contra as medidas de Meloni para restringir os direitos dos pais da comunidade LGBTQIA+.
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