(ANSA) - Uma declaração de países do G7 afirma que cada um dos membros do grupo fornecerá garantias de segurança "em longo prazo" para a Ucrânia, que não conseguiu convencer a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) a aprovar sua adesão antes do fim da guerra contra a Rússia.
As garantias seriam uma maneira de evitar eventuais agressões no futuro, enquanto a aliança militar não conclui o processo de adesão de Kiev. Segundo os líderes da Otan, antecipar a entrada da Ucrânia colocaria a organização em guerra contra a Rússia, em um conflito de proporções globais.
"Cada um de nós trabalhará com a Ucrânia em compromissos e acordos de segurança específicos, bilaterais e de longo prazo", diz um documento escrito pelo G7 durante a cúpula da Otan em Vilnius, Lituânia.
De acordo com o arquivo visualizado pela ANSA, o objetivo é garantir que Kiev possa "se defender hoje" e "desencorajar a agressão russa no futuro", por meio do fornecimento contínuo de "equipamentos militares modernos, nos domínios terrestre, aéreo e marítimo".
Ainda segundo o documento, as prioridades serão "defesa aérea, artilharia de longo alcance, veículos blindados e aviões de combate", promovendo uma "maior interoperacionalidade com os parceiros" da Otan.
"Hoje estamos iniciando negociações com a Ucrânia para formalizar nosso apoio duradouro, enquanto o país defende sua soberania e integridade territorial, reconstrói sua economia, protege seus cidadãos e persegue a integração na comunidade euro-atlântica", diz o documento.
Além disso, o G7 prega a criação de um "mecanismo internacional para reparação de danos" causados pela Rússia na Ucrânia, com o uso de ativos congelados para pagar os efeitos da guerra.
Por sua vez, Kiev se compromete a "reforçar medidas de transparência" e realizar "reformas das forças de ordem, do sistema judiciário, na luta à corrupção, na economia e na gestão do Estado".
"A cúpula de Vilnius foi um sucesso para a Ucrânia. O resultado de hoje é uma garantia para uma Ucrânia que caminha para a adesão à Otan", disse o presidente Volodymyr Zelensky em pronunciamento à imprensa ao lado dos líderes do G7.
"Todos os aliados concordam que a Ucrânia um dia entrará na Otan. Ajudaremos a Ucrânia a construir uma defesa forte, de modo que seja uma fonte de estabilidade na região", afirmou o presidente dos EUA, Joe Biden.
Meloni
A premiê da Itália, Giorgia Meloni, afirmou que foram dados importantes passos para a possível adesão da Ucrânia à Otan, mas destacou que isso acontecerá somente quando as "condições forem adequadas".
Na coletiva de imprensa no final da cúpula em Vilnius, a chefe de governo também confirmou que a Itália desempenhará um "papel de liderança" na reconstrução da Ucrânia, tendo em vista a reunião do G7 no próximo ano, na região da Puglia.
"Passos importantes foram dados para a futura adesão da Ucrânia à Otan. O processo foi simplificado, mas reitero que ela só se juntará quando as condições foram adequadas. Considero que trabalhar na reconstrução da Ucrânia é também uma forma de apostar em um futuro de paz e liberdade", disse Meloni.
A premiê destacou que o país segue trabalhando firmemente para auxiliar um processo de negociação que possa "levar a uma paz justa, duradoura e abrangente". Meloni ainda mencionou que alcançar a paz será difícil caso não haja garantias de segurança adequadas para Kiev.
"Neste mundo cada vez mais incerto, esta reunião reafirmou uma das nossas certezas neste período, que é a união da aliança e a determinação em defender os valores e as regras do direito internacional. Defendê-las é a melhor maneira de proteger nossos cidadãos", afirmou.
Em seus comentários durante a coletiva, a primeira-ministra também solicitou que os membros da Otan passem a prestar mais atenção no "flanco sul", ou seja, no Mediterrâneo. (ANSA)
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