(ANSA) - A Corte de Apelação de Roma reduziu nesta quarta-feira (12) a pena dos dois principais acusados pelo assassinato do jovem negro Willy Monteiro Duarte, 21 anos, espancado até a morte ao tentar apartar uma briga em setembro de 2020.
Os irmãos Marco e Gabriele Bianchi, que haviam sido condenados em primeira instância à prisão perpétua, tiveram suas penas reduzidas em segundo grau para 24 anos de reclusão.
Por outro lado, a Justiça confirmou as condenações de Francesco Belleggia e Mario Pincarelli a 23 e 21 anos de cadeia, respectivamente. Ainda cabe recurso à Suprema Corte.
"Eu mais ou menos já esperava isso. Nenhum sentença devolverá meu filho, aceito a justiça que foi feita, mas o perdão é outra coisa", disse a mãe de Willy, Lucia Monteiro Duarte, acrescentando que não sente "raiva" pela redução da pena dos irmãos Bianchi.
O crime ocorreu em Colleferro, nos arredores de Roma, e provocou consternação na Itália por causa de sua brutalidade.
Filho de imigrantes de Cabo Verde, mas nascido na capital italiana, Duarte era estudante de hotelaria e trabalhava como ajudante de cozinha em um hotel em Artena, vizinha a Colleferro.
Na madrugada entre 5 e 6 de setembro, tentou apartar uma briga envolvendo um amigo e foi espancado até a morte por um grupo de italianos. Segundo testemunhas, alguns dos agressores até pularam sobre o corpo inerte do jovem.
Cerca de um mês depois do crime, o presidente da Itália, Sergio Mattarella, concedeu uma medalha póstuma de "valor cívico" por causa do altruísmo de Willy na defesa de seu amigo.
Já a defesa dos irmãos Bianchi alega que o homicídio foi involuntário e que vai recorrer à Suprema Corte para reduzir a pena ainda mais. (ANSA)
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