(ANSA) - Um tribunal do norte da Itália revelou nesta quinta-feira (13) que o assassino da modelo Carol Maltesi, vítima de marteladas em janeiro de 2022 durante um suposto "jogo erótico", cometeu o crime porque "se sentiu usado" pela jovem.
Conhecida como "Charlotte Angie" na rede social de conteúdo adulto Only Fans, Maltesi foi morta pelo italiano Davide Fontana na cidade de Rescaldina, na província de Milão, em 11 de janeiro do ano passado, e seu corpo foi guardado em um congelador e depois esquartejado e atirado em um penhasco no município de Borno.
A verdade só veio à tona após o próprio assassino ter procurado uma delegacia em Milão para denunciar o desaparecimento da modelo, de quem ele era vizinho. No entanto, os investigadores detectaram uma série de inconsistências em seu relato e o convocaram para um novo depoimento, em uma delegacia em Brescia, onde confessou o crime e foi detido.
Fontana, bancário de 44 anos, foi condenado a 30 anos de reclusão e não à prisão perpétua, conforme solicitado pelo Ministério Público.
Segundo os juízes, o motivo não foi ciúmes, porque a modelo também teve outros relacionamentos que o homem aceitou e juntos fizeram vídeos sexuais postados no Only Fans, mas sim o fato de Fontana "perceber que agora, depois tê-lo usado até certo ponto, Maltesi estava se afastando dele, largando-o" e ido morar em outro lugar.
"Ele percebeu que a jovem e desinibida Carol Maltesi, o havia usado até certo ponto para melhor perseguir seus interesses pessoais e profissionais e que ela o havia usado e isso desencadeou a ação assassina", escrevem os magistrados na sentença.
De acordo com especialistas e consultores psiquiátricos que estudaram o "funcionamento mental e a personalidade" de Fontana, a separação de uma pessoa de quem "dependia, já que lhe permitiu superar a substancial solidão em que antes o consumia e finalmente viver de uma forma diferente e gratificante, revelou-se insuportável".
Desta forma, na opinião da Corte, não há, portanto, "razões fúteis e abjetas" que existem quando a ação penal "mais do que uma causa determinante do evento" é "um mero pretexto para um impulso violento".
Além disso, o assassinato não foi premeditado, pois não há provas de que tenha sido organizado nem outros elementos sugerem o contrário.
Os juízes do Tribunal de Justiça analisaram ainda a fase posterior do "desmembramento" do corpo e escreveram que "não se pode fazer o grave erro de desmembrar com crueldade na execução do homicídio, uma conduta subsequente repulsiva e horripilante e, em particular, a arrepiante gestão do cadáver e da terrível destruição causada a ele, que tanto horror causou na opinião pública".
"Fontana, consumado o homicídio, quis livrar-se definitivamente do corpo, destruindo-o", concluiu a decisão.
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