(ANSA) - A ONG Human Rights Watch (HRW) divulgou nesta segunda-feira (21) um relatório que acusa guardas de fronteira da Arábia Saudita de terem assassinado centenas de migrantes, em sua maioria etíopes, com armas de pequeno calibre e explosivos.
De acordo com a organização, as mortes ocorreram como parte de uma campanha mirada e podem constituir crime contra a humanidade.
O relatório se baseia em dezenas de entrevistas com etíopes que afirmam que foram atacados por guardas de fronteira sauditas enquanto tentavam entrar no país a partir do Iêmen, nação devastada por uma guerra em vigor há oito anos.
"Vi pessoas serem mortas de uma maneira que eu jamais teria imaginado", disse à HRW a adolescente Hamdiya, que cruzou a fronteira entre Iêmen e Arábia Saudita em fevereiro passado. Só essa jovem garante ter presenciado a morte de 30 imigrantes.
Em geral, habitantes do Chifre da África cruzam o Estreito de Babelmândebe até o Iêmen, em uma travessia de apenas 30 quilômetros, para depois seguir viagem rumo à Arábia Saudita.
O governo do país árabe afirmou não ter encontrado "nenhuma prova" para confirmar as acusações da Human Rights Watch. Ainda assim, os Estados Unidos expressaram "preocupação" com a denúncia e pediram que Riad faça uma "investigação aprofundada e transparente". (ANSA)
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