(ANSA) - As autoridades da região separatista de Nagorno-Karabakh pediram uma trégua ao Azerbaijão, que iniciou uma ação armada contra o território de maioria armênia nesta terça-feira (19).
A administração de Nagorno-Karabakh, zona contestada desde o desmantelamento da União Soviética, quer que Baku coloque fim nas hostilidades e "se sente à mesa de negociações para resolver a situação atual".
O Azerbaijão declarou que só vai encerrar a operação militar se os separatistas armênios depuserem as armas, mas se disse aberto a iniciar tratativas na cidade azeri de Yevlakh, a 265 quilômetros da capital Baku.
A incursão acontece após o Azerbaijão ter reportado a morte de quatro policiais e dois civis em explosões de minas em Nagorno-Karabakh, episódios que o país atribui a "terroristas" pró-Armênia.
"Estamos assistindo ao Azerbaijão se mover para a eliminação física da população civil e a destruição dos alvos civis", disse à ANSA Sergei Ghazaryan, ministro das Relações Exteriores da autoproclamada República de Artsakh, nome dado à área sob controle dos armênios.
A Rússia, fiadora do cessar-fogo que interrompeu uma guerra de seis semanas entre Azerbaijão e Armênia em 2020, se disse "preocupada com a repentina escalada" da tensão, enquanto o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, cobrou que a operação militar seja "interrompida imediatamente para permitir um diálogo autêntico".
Por sua vez, o ministro das Relações Exteriores da Itália, Antonio Tajani, se reuniu com seu homólogo do Azerbaijão, Jeyhun Bayramov, e destacou a "necessidade de diálogo e moderação".
Até o momento, as autoridades de Nagorno-Karabakh relatam a morte de pelo menos 25 pessoas, incluindo dois civis, nos bombardeios do Azerbaijão.
"De acordo com informações recebidas do necrotério de Stepanakert, até as 20h [horário local] havia 25 vítimas do ataque terrorista do Azerbaijão, incluindo dois civis", disse nas redes sociais o ombudsman dos direitos humanos da região separatista, Gegham Stepanyan.
Segundo ele, os bombardeios também deixaram 138 feridos, incluindo 29 civis. (ANSA)
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