(ANSA) - O chefe de polícia de Trapani, base do clã mafioso de Matteo Messina Denaro, proibiu que o funeral do "padrino" seja público.
O chefão da Cosa Nostra morreu na madrugada desta segunda-feira (25), noite de domingo (24) no Brasil, aos 61 anos, por consequências de um tumor no cólon.
A família aguarda a chegada do corpo à região para realizar a despedida de maneira privada.
A sobrinha de Messina Denaro, Lorenza Guttadauro, que também foi sua advogada, aguarda a liberação em L'Aquila, onde ele estava internado.
O cemitério será fechado para os ritos fúnebres, e deve ocorrer sem a presença de sacerdotes, já que a Igreja veta funerais religiosos aos mafiosos e, de qualquer forma, Denaro deixou expressamente escrito que não queria.
A autópsia foi realizada nesta terça-feira (26) pelo médico legal Cristian D'Ovidio e o corpo será transferido via terra para a ilha da Sicília, em um carro escoltado, para uma viagem de 11 horas. Ele deve chegar na quarta-feira (27) em Castelvetrano, onde será o enterro.
Durante a realização do exame, um grande contingente de forças de segurança cercou o necrotério, incluindo agentes dos Carabineiros, Polícia, Exército, Guarda de Finanças e Polícia Penitenciária.
A expectativa é de que o sepultamento ocorra às 7h (horário local) desta quarta, mas a programação depende da burocracia necessária para o traslado do corpo.
O último retorno do chefão a Castelvetrano divide os moradores da região. O chefe indiscutível da máfia da área herdou o "cedro" do pai, Don Ciccio, e será sepultado ao lado dele na tumba da família.
Na mesma capela, guardada pela estátua de um anjo branco, anos atrás a família encontrou "grampos" colocados pelos investigadores de polícia, que esperavam obter informações sobre o paradeiro do "boss" através de conversas da família no local.
Alguns moradores da região têm, mais ou menos discretamente, expressado condolências pela morte de Messina Denaro. A grande maioria, porém, respira aliviada pelo fim de um pesadelo.
O advogado John Li Causi convocou um protesto para o próximo domingo (1) em Castelvetrano, movido pela indignação ao ver manifestações de pesar nas redes sociais.
Matteo Messina Denaro passou 30 anos foragido e foi preso em janeiro passado, em um hospital privado de Palermo, na Sicília, onde fazia tratamento sob uma identidade falsa.
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