(ANSA) - O primeiro-ministro da Armênia, Nikol Pashinyan, pediu nesta quinta-feira (28) apoio internacional e fez um apelo contra o que chama de limpeza étnica dos cidadãos em Nagorno-Karabakh.
"A análise da situação mostra que nos próximos dias não haverá mais armênios em Nagorno-Karabakh. Este é um ato de limpeza étnica", declarou o premiê, comentando o êxodo em massa de armênios, segundo a agência Interfax.
De acordo com fontes oficiais, até o momento, mais de 65 mil pessoas chegaram à Armênia vindos de Nagorno-Karabakh, o equivalente a mais da metade da população da região separatista, onde o Azerbaijão conduziu uma ofensiva relâmpago na semana passada.
Depois da ofensiva militar e de um cessar-fogo mediado por Moscou, o Azerbaijão está a assumir o controle da região separatista habitada principalmente por armênios.
O líder do enclave Samvel Chakhramanian emitiu um decreto no qual anuncia a dissolução de "todas as instituições e organizações governamentais em 1º de janeiro de 2024" e afirma que, consequentemente, "a República de Nagorno-Karabakh deixa de existir".
A medida ressalta que, uma vez conhecidas as condições para o regresso da região ao controle do Azerbaijão, os habitantes e refugiados - a população armênia - poderão "tomar individualmente a decisão de permanecer ou regressar a Nagorno-Karabakh".
Parte da população da região fugiram em poucos dias por medo de serem alvo da repressão, apesar das promessas de Baku de respeitar os seus direitos. Hoje, inclusive, o secretário-geral da Caritas Internacional, Alistair Dutton, disse que "qualquer agressão contra civis é inaceitável".
"Aqueles que fogem desta crise devem receber assistência humanitária. A proteção das pessoas deslocadas deve ser garantida e os seus direitos, incluindo os de passagem segura e liberdade de circulação, devem ser plenamente respeitados", alertou.
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