(ANSA) - O Exército de Israel voltou a lançar novos bombardeios contra Gaza nesta quinta-feira (19) e matou o chefe das forças de segurança do grupo fundamentalista islâmico Hamas, em uma guerra que já dura mais de 10 dias.
Fontes locais confirmaram à ANSA que Jehad Mohaisen foi morto junto com seus familiares no ataque à sua casa no bairro de Sheikh Radwan, na Cidade de Gaza. Até agora, no entanto, o governo israelense não confirmou a informação.
As Forças de Defesa de Israel também anunciaram a morte de um dos chefes de um grupo radical conhecido como Comitês de Resistência Popular (CRP), enquanto que a imprensa local informou que Jamila al-Shanti, viúva do fundador do Hamas Abdel Aziz al-Rantisi, que morreu em 2004, foi assassinada.
Hoje, as tropas do premiê Benjamin Netanyahu entraram mais uma vez na Faixa de Gaza em uma tentativa "direcionada" de localizar israelenses desaparecidos ou de obter detalhes sobre o seu paradeiro.
O porta-voz Daniel Hagari estima que o Hamas levou ao menos 203 reféns para Gaza e garantiu que as famílias de todos foram atualizadas sobre a situação.
Além disso, explicou que os militares israelenses continuam procurando terroristas do Hamas em seu próprio território e já conseguiram capturar um na noite da última quarta-feira (18).
Até o momento, os bombardeios contra Gaza já deixaram 3.785 mil mortos, incluindo 1.524 menores, e outros 12 mil feridos, sendo 3.983 crianças e 3,3 mil mulheres, informou o Ministério de Saúde local. Já em Israel, o número chega a 1,4 mil.
De acordo com o governo russo, um voo especial do Ministério de Emergências da Rússia transportando 27 toneladas de ajuda humanitária destinada a civis na Faixa de Gaza partiu para o Egito.
"Seguindo instruções do presidente russo e em nome do governo, o avião do ministério entregará uma carga humanitária à população da Faixa", diz a nota.
Relatos confirmam que a passagem de Rafah, entre a Faixa de Gaza e o Egito, ainda está fechada para a saída de civis. A expectativa é de que a fronteira seja aberta nesta sexta-feira (20), com base em acordos entre os Estados Unidos, Israel e o governo egípcio.
Nesta manhã, o Hamas lançou um apelo "à nação islâmica e a todos os homens livres do mundo" para organizar "marchas e manifestações em grande escala em solidariedade com o nosso povo".
Em comunicado, o porta-voz do grupo fundamentalista, Abdel Latif Kanua, acusou mais uma vez Israel de ter bombardeado o hospital al-Ahli em Gaza há dois dias.
"A situação da resistência é boa. O povo resiste na sua própria terra e não se curvará ao inimigo''.
Para o ministro das Relações Exteriores da Itália, Antonio Tajani, “o Hamas está explorando tudo ao tentar romper qualquer diálogo entre Israel e os países árabes, usando também notícias que parecem infundadas”.
"Falei com a inteligência e tudo sugere que este não é o caso de Israel ter responsabilidade no que aconteceu no hospital em Gaza. O Hamas está usando propaganda para inflamar as massas árabes."
Reino Unido e Egito
O primeiro-ministro do Reino Unido, Rishi Sunak, desembarcou em Israel nesta quinta para se reunir com Netanyahu e o presidente Isaac Herzog.
"Acima de tudo, estou aqui para expressar minha solidariedade ao povo israelense. Vocês sofreram um ato de terrorismo indescritível e horrível, e quero que saibam que o Reino Unido e eu estamos com vocês", declarou Sunak após o desembarque.
Sunak foi recebido por Netanyahu e reforçou que está ao seu lado na guerra contra o grupo fundamentalista islâmico Hamas em Gaza.
"Estou orgulho de estar aqui com você no momento mais sombrio de Israel, como seu amigo", afirmou Sunak ao premiê de Israel após desembarcar em Tel Aviv para expressar seu apoio.
"Seremos solidários com vocês, apoiaremos seu povo. Queremos sua vitória", acrescentou.
O líder britânico enfatizou que o Reino Unido apoia "absolutamente o direito de Israel de se defender, de recuperar reféns e de fortalecer sua segurança no longo prazo".
No entanto, observou que "o povo palestino também é vítima do Hamas". "Sabemos que vocês estão tomando medidas reforçadas na tentativa de reduzir os danos aos civis", ressaltou.
Neste contexto, o premiê do Reino Unido elogiou a decisão do governo israelense de autorizar a entrada da primeira ajuda humanitária em Gaza, após visita do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden.
Por sua vez, Netanyahu declarou que "apreciou a ajuda militar" que o Reino Unido colocou à disposição de Israel e reforçou, depois de definir a libertação dos reféns como uma prioridade, que esta é uma guerra "contra os monstros do mundo".
"Vocês lutaram contra os nazistas há 80 anos, agora devemos lutar juntos contra o Hamas, que é o novo nazismo", alertou o israelense, lembrando que esta é "uma batalha pelo futuro", porque de um lado está o eixo do mal com o Irã, do outro a força do progresso.
"Esta é a nossa hora mais sombria, a hora mais sombria do mundo", concluiu.
Paralelamente, o presidente da China, Xi Jinping, se reuniu com o primeiro-ministro do Egito, Mostafa Madbouli, e disse esperar colaborar com o país para trazer "maior estabilidade" ao Oriente Médio, em meio às tensões na região devido ao conflito entre Israel e o Hamas.
"A China está disposta a reforçar a cooperação com o Egito e a introduzir maior certeza e estabilidade na região e no mundo", afirmou o líder chinês, segundo a rede estatal CCTV.
Cisjordânia
Ao menos nove palestinos foram mortos nesta quinta pelas forças israelenses na Cisjordânia, segundo o Ministério da Saúde palestino.
Desde o ataque de 7 de outubro, ao menos 75 palestinos foram mortos por colonos ou oficiais israelenses na Cisjordânia.
Sete pessoas, incluindo um adolescente de 16 anos, foram mortas durante um ataque de Israel no campo de refugiados de Nour Shams, segundo a pasta.
O ministério afirmou ter sido informado sobre “outros mártires que não puderam ser transferidos de ambulância a um hospital”.
Já o Exército Israelense afirmou ter usado um drone que “matou diversos terroristas” em Nour Shams.
Líbano
Um jornalista foi morto e outro ficou ferido no sul do Líbano, na fronteira com Israel.
A informação foi dada à ANSA por fontes médicas libanesas no local. O porta-voz do contingente militar da Organização das Nações Unidas (ONU) também confirmou a informação à ANSA.
A área de Hula fica perto da Linha Azul de demarcação entre os dois países.
As circunstâncias ainda não estão claras, mas fontes da imprensa local citam intensos bombardeios israelenses na área de fronteira.
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