(ANSA) - O vice-premiê e ministro das Relações Exteriores da Itália, Antonio Tajani, garantiu nesta quinta-feira (19) que não há sinais de possíveis ataques no país.
A declaração é dada um dia após o governo italiano ter ordenado o restabelecimento dos controles territoriais com a Eslovênia devido ao risco da entrada de terroristas através das fronteiras.
"Suspendemos o Tratado de Schengen apenas na fronteira com a Eslovênia para evitar que chegassem pela rota dos Balcãs terroristas que poderiam atacar no nosso país ou na Europa", afirmou o chefe da diplomacia italiana na Mediaset.
Tajani garantiu que na Itália "não há perigo de ataques e não há sinais que o indiquem", mas os controles foram anunciados "precisamente para prevenir" e "para proteger locais, em particular aqueles frequentados por cidadãos de religião judaica", na tentativa de evitar ações violentas.
Segundo ele, a suspensão de Schengen na fronteira com a Eslovênia "tem um período limitado".
Ontem, o ministro do Interior da Itália, Matteo Piantedosi, informou seu homólogo esloveno, Bostjan Poklukar, que decidiu instaurar controles temporários na fronteira com a Eslovênia por causa da atual situação no Oriente Médio, onde o grupo fundamentalista islâmico Hamas deflagrou uma ofensiva contra Israel, em uma guerra que já dura mais de 10 dias, e na Europa, depois de ataques extremistas na França e na Bélgica.
A reintrodução dos controles das fronteiras internas com a Eslovênia começará a valer a partir de 21 de outubro, por um período de 10 dias, que poderá ser prorrogado. As modalidades de controle serão estabelecidas "de maneira a garantir a proporcionalidade da medida, adaptadas à ameaça e calibradas para causar o menor impacto possível na circulação transfronteiriça e no tráfego de mercadorias. Novos desenvolvimentos da situação e eficácia das medidas serão analisadas constantemente, na expectativa de um rápido retorno à plena livre circulação", segundo o governo da Itália.
Nos últimos dias, nove países notificaram à Comissão Europeia o restabelecimento dos controles de fronteira, suspendendo a livre circulação prevista pelo acordo de Schengen. Além da Itália, são eles: Áustria, Alemanha, Noruega, República Tcheca, Polônia, Eslováquia, Suécia e França.
"As ameaças devem ser sempre levadas muito a sério, porque no passado houve casos de participação em ataques terroristas de indivíduos que entraram ilegalmente na Itália. Não há necessidade de criar alarmismo, mas estas questões devem ser abordada com cuidado: temos estruturas policiais eficientes que são capazes de perceber o risco e nesse caso o nível de atenção é elevado", explicou Pasquale Angelosanto, comandante dos Carabineiros das Operações Especiais.
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