(ANSA) - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta terça-feira (24) que os ataques terroristas cometidos pelo Hamas em 7 de outubro não são justificativa para Israel matar civis palestinos na Faixa de Gaza.
Em sua live semanal "Conversa com o Presidente", a primeira desde a cirurgia no quadril realizada em 29 de setembro, o mandatário disse que vai "continuar falando de paz" e cobrou "senso de humanidade".
"Não é porque o Hamas cometeu um ato terrorista contra Israel que Israel tem que matar milhões de inocentes. Não é possível que as pessoas não tenham sensibilidade", afirmou Lula, acrescentando que a ONU "não tem força" para intervir no conflito.
Durante a transmissão, o presidente garantiu que o Brasil "fez tudo o que era possível fazer" para interromper a guerra no Oriente Médio, incluindo conversas com líderes de Israel, Autoridade Nacional Palestina (ANP), Irã, Egito, Turquia, União Europeia, França, Rússia e Emirados Árabes Unidos.
"Estou falando com todo mundo para que a gente consiga três coisas: garantir um corredor humanitário para que as pessoas possam receber água, comida, remédio; garantir que não falte energia elétrica nos hospitais; e garantir que não se mate mais criança. Não tem exemplo na humanidade de guerra em que quem morre mais é criança. E crianças dois lados", salientou.
Lula ainda expressou a vontade de conversar com China, África do Sul e Catar, país próximo ao Hamas, inclusive para "liberar os brasileiros que estão na Faixa de Gaza". "Temos crianças e mulheres que estão sofrendo o tormento dos tiros, das bombas, dos foguetes", declarou.
Segundo o presidente, é preciso falar em paz "todo dia" para que as pessoas não esqueçam que "é possível construir" uma saída pacífica para a guerra. "Numa mesa de negociação, não morre ninguém, custa mais barato, e a gente pode encontrar solução", disse Lula, defendendo que israelenses e palestinos tenham um Estado próprio.
"Não precisa ninguém ficar invadindo a terra de ninguém. Todo dia a gente vê que colonos de Israel invadem a terra dos palestinos, e a ONU não faz nada porque está enfraquecida", criticou. (ANSA)
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