(ANSA) - O posto de fronteira entre a Faixa de Gaza e o Egito em Rafah foi reaberto nesta segunda-feira (6) para a evacuação de civis estrangeiros e palestinos com dupla cidadania que queiram deixar o enclave, enquanto o número de mortos no território já passa dos 10 mil.
A reabertura da passagem de Rafah foi comunicada pelo Hamas, após o posto ter ficado fechado durante todo o fim de semana.
Entre quarta e sexta-feira, centenas de civis com passaporte estrangeiro e dezenas de palestinos feridos cruzaram a fronteira entre a Faixa de Gaza e o Egito para escapar dos bombardeios israelenses no enclave.
O Hamas havia colocado como condição para reabrir a passagem o envio de ambulâncias em direção a Rafah, após Israel ter lançado um ataque aéreo contra um comboio de veículos médicos no fim da semana passada.
Segundo o Ministério da Saúde local, o número de mortos no enclave já chega a 10.022, incluindo mais de 4 mil crianças.
Os bombardeios são uma reação aos atentados terroristas promovidos pelo Hamas em Israel em 7 de outubro, que fizeram mais de 1,4 mil vítimas.
ONU x Israel
O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Antonio Guterres, e o chanceler de Israel, Eli Cohen, voltaram a entrar em conflito nesta segunda-feira.
A tensão começou por causa da declaração de Guterres que afirmou que “Gaza está se tornando um cemitério de crianças”.
As palavras duras enfureceram Cohen, que reagiu no Twitter dizendo “Tenha vergonha!”: “Mais de 20 menores, entre eles um recém-nascido de nove meses, mas também crianças e meninos que assistiram os assassinatos a sangue frio de seus pais, estão presos na Faixa de Gaza contra sua vontade”.
“O Hamas é o problema em Gaza, não as ações de Israel para eliminar essa organização terrorista”, concluiu.
EUA
O presidente americano, Joe Biden, e o premiê israelense, Benjamin Netanyahu, discutiram nesta segunda-feira a possibilidade de “pausas táticas” nos combates em Gaza.
A Casa Branca divulgou uma nota sobre a ligação entre os dois, afirmando que “discutiram os esforços em curso para garantir a liberação dos reféns do Hamas, entre os quais muitas crianças e cidadãos americanos”.
Os dois líderes “apoiaram o aumento da assistência humanitária na semana passada e discutiram a necessidade de aumentar as entregas significativamente na semana que vem, aumentando a capacidade de verificar os caminhões que vão a Gaza”.
O presidente americano “reforçou seu firme apoio a Israel e à proteção dos cidadãos israelenses do Hamas e de todas as outras ameaças, destacando o imperativo de proteger os civis palestinos e reduzir os danos civis durante as operações militares”.
Biden também discutiu “a situação na Cisjordânia e a necessidade de responsabilizar colonos extremistas por atos violentos”.
(ANSA)
TODOS OS DIREITOS RESERVADOS © Copyright ANSA