(ANSA) - O governo de Israel cancelou uma viagem planejada ao Catar pelo chefe de seu serviço de inteligência estrangeiro para retomar as negociações sobre um possível segundo acordo para libertar reféns detidos pelo grupo fundamentalista islâmico Hamas em Gaza.
A informação foi confirmada por uma fonte próxima das negociações à CNN nesta quinta-feira (14).
Segundo a publicação, o diretor do Mossad, David Barnea, não viajará para Doha, capital do Catar, onde ocorreram as negociações anteriores de troca de prisioneiros.
Ontem (13), a emissora israelense Canal 13 já havia informado que o gabinete de guerra liderado pelo primeiro-ministro Benjamin Netanyahu tinha cancelado a missão de Barnea.
Logo após, os familiares dos reféns israelenses detidos em Gaza disseram estar "chocados" com a notícia de que o gabinete de guerra de Israel decidiu não enviar o chefe do Mossad ao Catar para negociações sobre um novo acordo com o Hamas.
Os parentes exigiram uma "explicação imediata" a Netanyahu, informou a imprensa local. "Este anúncio vem somar-se ao desconhecimento do pedido dos pais para se reunirem com o primeiro-Ministro e o ministro da Defesa, que ainda não foram atendidos", diz um comunicado.
Desde o início do conflito, em 7 de outubro, cerca de 240 pessoas, incluindo mulheres, crianças e idosos, foram feitas reféns. Após negociações, dezenas foram libertadas, mas muitas outras continuam desaparecidas. O governo israelense acredita que ao menos 135 reféns permanecem em Gaza, sendo 116 vivos.
As negociações entre Israel e Hamas não foram retomadas desde que as conversas sobre reféns realizadas em Doha foram interrompidas no começo de dezembro.
Hoje, o Cogat, órgão militar e civil israelense que governa os territórios, anunciou que o Exército aplicará uma "pausa tática humanitária" até às 14h (horário local) de hoje no subúrbio de Al-Salam, em Rafah, no sul da Faixa de Gaza, "para permitir que os civis reabasteçam seus alimentos e água".
Nos últimos dias, os intensos combates entre o exército israelense e o Hamas no norte e no sul da Faixa permaneceram. A informação foi relatada pelo porta-voz militar, segundo quem ontem à noite uma equipe de paraquedistas israelenses localizou e destruiu uma posição de tiro em um complexo escolar dos milicianos do Batalhão Shujaia do Hamas.
"Em Khan Yunis, no sul de Gaza, soldados da unidade de elite 'Maglan' encontraram e destruíram uma série de armas, duas entradas de túneis e um local de lançamento. Até em Jabalya, as tropas destruíram uma infraestrutura terrorista", concluiu.
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