(ANSA) - Um desabamento no canteiro de obras de um supermercado em Florença, na Itália, deixou pelo menos três operários mortos e três feridos na manhã desta sexta-feira (16).
Outras duas pessoas ainda estão desaparecidas, de acordo com a Agência Sanitária Local (ASL) da Toscana, enquanto os trabalhadores resgatados com vida foram levados a um hospital, mas não correm risco de morte.
No entanto, segundo o governador toscano, Eugenio Giani, as esperanças de ainda encontrar alguém vivo nos escombros foram "reduzidas ao mínimo".
Câmera de segurança capturou o momento exato do desabamento em um canteiro de obras em Florença, na Itália: pic.twitter.com/npVIA79rEB
— ANSA Brasil (@ansa_br) February 16, 2024
O incidente ocorreu nas obras para a construção de uma unidade da rede de supermercados Esselunga e teria sido causado pelo colapso de um dos pilares principais da estrutura.
"Estava sentada na minha sala, que dá de frente para o canteiro, quando ouvi um barulho e vi se levantar uma nuvem de poeira e alguns operários correndo em direção ao desabamento", contou Miriam, que mora nos arredores do local do acidente.
"Eu vi da janela uma trave partida onde ocorreu a queda. Não sabia que tinha gente sob os escombros", declarou.
Nas redes sociais, a premiê Giorgia Meloni expressou "condolências pelas vítimas do desabamento". "Acompanho com apreensão a evolução da situação e agradeço aos que participam da busca pelos desaparecidos e do socorro aos feridos", disse.
Já o prefeito de Florença, Dario Nardella, em viagem a Israel e Palestina, afirmou estar "consternado" pela tragédia. "Expresso em meu nome e da prefeitura o luto pelas vítimas e agradeço a todos os socorristas em ação", acrescentou.
Para protestar contra mais um caso de morte no trabalho na Itália, sindicatos da Toscana convocaram uma greve geral de duas horas nesta sexta-feira.
"Em 2023, ocorreram mais de mil mortes no trabalho, e frequentemente esses incidentes são produtos do sistema de subcontratação e da lógica de contratos com preço mínimo", disse o secretário da Confederação Geral Italiana do Trabalho (Cgil), Maurizio Landini.
Segundo a presidente da Esselunga, Marina Caprotti, a obra havia sido entregue a "uma empresa terceira", mas a rede se colocou "à disposição das autoridades para esclarecer a dinâmica do ocorrido". "Em sinal de luto, as lojas da Esselunga na cidade de Florença serão fechadas de tarde", salientou.
O Ministério Público de Florença abriu um inquérito por desabamento e homicídio culposos, ou seja, quando não há intenção de cometer os crimes. (ANSA)
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