(ANSA) - A Rússia está preparando a documentação para processar a Ucrânia perante tribunais internacionais sob a acusação de envolvimento em atos de terrorismo contra o território russo.
A afirmação foi feita pela porta-voz do Ministério das Relações Exteriores de Moscou, Maria Zakharova, nesta segunda-feira (1º).
Segundo ela, um comunicado sobre o assunto já foi enviado ao governo ucraniano através de um canal estabelecido pela Belarus.
Zakharova, citada pela agência Ria Novosti, destacou que o documento não diz respeito ao ataque à Câmara Municipal de Crocus, próximo de Moscou, para o qual as investigações ainda estão em andamento e que, portanto, será objeto de uma nota separada.
De acordo com a porta-voz de Moscou, o governo de Vladimir Putin solicita, no âmbito das convenções internacionais contra ataques e financiamento do terrorismo, a prisão e extradição dos acusados de estarem envolvidos em "atos terroristas".
Entre estes, está o chefe do serviço secreto ucraniano (SBU), Vasiily Malyuk, que teria fornecido detalhes sobre o ataque à ponte da Crimeia em outubro de 2022 e o assassinato ou ferimento de bloggers russos e figuras que apoiavam a intervenção armada na Ucrânia, durante uma entrevista.
"A Rússia apela ao regime de Kiev para que ponha imediatamente fim ao seu apoio a qualquer atividade terrorista, para entregar os perpetradores e compensar os danos causados às vítimas", disse Zakharova.
Para ela, "as violações da Ucrânia das suas obrigações ao abrigo das convenções antiterrorismo resultarão na sua responsabilidade legal internacional".
Por sua vez, o serviço de segurança ucraniano considerou "sem sentido" a exigência russa de entregar indivíduos que acusou de ligações com o terrorismo, e declarou que Moscou "esqueceu" que Putin é alvo de um mandado de prisão internacional.
Segundo o SBU, "as declarações sobre terrorismo soam particularmente cínicas vindas do próprio Estado terrorista".
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