O governador de Kharkiv, no nordeste da Ucrânia, anunciou que quase 10 mil pessoas foram evacuadas em meio aos avanços da Rússia sobre a região.
Em entrevista à AFP, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, disse que o assalto "pode ser apenas a primeira onda de uma ofensiva mais ampla".
O líder de Kiev também afirmou que a Ucrânia possui apenas 25% da defesa aérea necessária e que precisa de 120 ou 130 caças F-16 para alcançar a paridade aérea com a Rússia.
"O exército precisa de mais homens para elevar o moral das tropas. Precisamos preencher as reservas. Há um número significativo de brigadas que estão vazias", acrescentou.
Ele ressalvou que Moscou não tem os meios para lançar um novo grande ataque contra Kiev, mas que Donbass e Kharkiv são os principais alvos.
Sobre uma proposta de "trégua olímpica" feita pelo presidente da França, Emmanuel Macron, Zelensky discordou: "Somos contra qualquer trégua que beneficie o inimigo. Ninguém pode garantir que a Rússia não aproveitará para trazer suas forças para o nosso território".
Ele também criticou o Ocidente por proibir a Ucrânia de usar armas fornecidas pela Europa e Estados Unidos para atacar o território russo: "Eles podem nos atingir de seu território, isso é a maior vantagem, e nós não podemos fazer nada".
A agência russa Tass informou que as tropas de Moscou "eliminaram" 125 soldados ucranianos nas últimas 24 horas em Donbass.
Diante dos avanços, a Polônia informou que vai investir 2,3 bilhões de euros para fortalecer a fronteira oriental com a Ucrânia. O anúncio foi feito pelo primeiro-ministro polonês Donald Tusk.
O presidente russo, Vladimir Putin, afirmou na sexta-feira (17) durante visita à China que o objetivo em Kharkiv não é conquistar o território, mas criar uma "zona tampão" de segurança.
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